Era escuro, era escuro e
assombroso e a arrastava minha mente perturbada para dentro de uma forma
irresistível. Antes de passar pelo portão eu já tinha voltado a si, saindo
daquela escuridão que pertencia só a minha mente assombrada, pelo meu passado
vivido naquele maldito hospital Santa Maria de Helena
As vezes ao longe algumas
pessoas diziam que tinha visto uma estranha luz em uma das janelas daquele
hospital abandonado. Então quem poderia ser?! Eu me questionava e então com passo
curto eu fui passando pelo portão movido por minha curiosidade como um gato.
Tudo estava abandonado
repleto de mato e o velho hospital estava ainda mais arruinado quando aconteceu
o maldito acidente que revelou para o mundo todas as atrocidades acometidas
naquele hospital, pelas mãos do Doutor, Aurélio Menezes, por vários anos.
Algumas dessas atrocidades
eram: terapia ou tratamento a base de choque, perfuração craniana, confrontação
com os nossos próprios medos entre tantas outras torturas.
Por ser uma pessoa claustrofóbica,
o maldito medico Aurélio Menezes, as vezes me trancava em um quarto escuro, com
eu ainda amordaçado; com uma camisa de força. Eu só lembro o quanto era terrível
tudo aquilo que parecia ser algo interminável. Que para piorar ouvia os gritos
de horrores dos outros pacientes e eu não aguentava; tentava tampar os ouvidos,
mas mesmo a sim eu continuava a ouvir aqueles gritos de horrores, como se
estivesse ressoando diretamente no meu cérebro.
Era terrível, era terrível,
todas as lembranças que só a vista daquele hospital psiquiátrico em ruinas me
trazia. Então naquele momento eu me encontrava tão fragilizado que cai com uma
das palmas das mãos no último degrau da frente daquele hospital.
Apesar de que a natureza
sempre vencer, porquê é a lei da vida, é Deus, porem mesmo a sim com toda
aquela vegetação tomando todo o lugar. Eu ainda podia sentir o cheiro da cinza
tomando o ar e preenchendo os meus pulmões de maneira fulminante. Que me corroía
como um maldito tumor maligno.
Eu era então tomado por uma sensação
de tonteira e via toda aquela vegetação que tomou conta de todo aquele lugar a
girar. Ater que olhei na direção do céu azul e para o brilho do sol; então o mundo
e a parando de girar na minha cabeça.
Apesar de que naquele momento
era de dia, a aquele momento que foi exatamente no dia 10/08/1902. Que sem
querer algo me levou a passar em frente daquele hospital em que fiquei
internado por 5 malditos anos, fui internado em 1884, devido ao meu estado de
insanidade mental grave, devido ao um surto psicológico.
Fui tirado de casa a força e igualmente
me vestiram numa camisa de força; me drogaram de todas as formas possível. Para
que parecesse que eu realmente estava louco... E cada dia mais devido as
drogas. E me sentia entrego a insanidade, a solidão e a minha; completa loucura.
E as vezes no quarto naquela época
o único momento de gloria era quando eu via o sol entrar pela janela e via os pássaros,
as arvores; os outros pacientes a estarem livre do lado de fora do hospital.
Porem eu naquele dia, não me permitiram, mas uma andorinha veio a me visitar,
pousando na janela do quarto onde eu estava. Então naquele momento eu nunca
havia sentido tanta alegria e amor a vida.
Uma alegria inexplicável tomou
conta de mim e me sentir como se eu estivesse voltado a ser apenas uma pura criança.
Amando e beijando todos os animais que eu encontrava pelo caminho. Então
naquele momento da janela dava para eu olhar claramente para o azul do céu.
Então eu disse: “Oh Deus me tira daqui
senhor!”
Esse momento em que eu olhava
para janela do quarto onde eu estava foi no dia 26/06/1886, e a sim fui vivendo
naquele maldito lugar. As vezes quando caminhava pelo lado de fora, mesmo
dopado, descalço eu podia sentir as texturas das gramas verdes. E podia encher
os meus pulmões do ar puro filtrado por aquelas belíssimas arvores. Então
dentro daquele universo de insanidade, tortura, solidão e desespero os anos
foram passando.
E no ano de 1889 praticamente
no último dia daquele ano, véspera de ano novo. O alarme do hospital havia
tocado. Eu pressentia ou sentia que algo ou aquele pesadelo finalmente chegava
ao fim.
Então automaticamente as
portas se abriram, a polícia e o corpo de bombeiro a sim como a imprensa havia
chegado rapidamente ao local. A imprensa teve um papel fundamental porque através
dela todas as provas achadas pela policia viraram noticia no mundo inteiro. Com
o título de: “A tragédia e as injustiças
do Hospital Santa Maria de Helena.”
No meio do tumulto causado
devido a um incêndio mistério cujo a polícia já mais conseguiu achar a causa ou
quem causou tal incêndio. Mas em pleno tumulto eu pude ver uma luz circular com
uma tonalidade azul, uma esfera de uma luz azul, luminosa e flutuante que passava...
Passando pelo teto em meio ao tumulto e não sei como ninguém mais conseguiu
ver.
Mas na hora que sair do
quarto onde estava e fui andando encostando na parede eu me bate com Carla, uma
das pacientes e ela olhou diretamente para dentro dos meus olhos e disse:
– Eu vi, eu vi uma luz, você
viu também não foi?! Eu sei que viu eu não estou louca! – disse ela firmemente.
Naquele momento olhei para os
dela e simplesmente confirmei:
– Sim, eu vi, você não está
louca e se estive nos dois também estamos – naquele momento o tumulto era
grande.
Todos buscando saída enquanto
o fogo e a tomando conta de todo o hospital Santa Maria de Helena. Os
pacientes, enfermeiros, segurança, etc. Então eu agarrei a mão de Carla e disse:
– Vamos sair daqui agora, vem
comigo!
– Está bem vamos – ela disse.
Então corremos bem no meio do
tumulto ater a saída do hospital. E lá estava os carros da policias e o caminhão
dos bombeiros. Que tentavam apaga as chamas que consumia aquele maldito hospital,
queimando junto com ele todas as desgraças que ocorreram nele.
Não se sabe se teve vitimas no
incêndio, o que foi passado pela a imprensa, foi que não ouve vítimas, apenas
alguns pacientes, médicos, entre outros tiveram leves queimadura. E dos
profissionais que trabalharam naquele hospital, 33 deles foram acusados de torturas,
sadismos e atos desumanos. Sendo condenados muitos com a prisão perpétua e
outros como o médico sádico Aurélio Menezes, que acreditava nos seus métodos cruéis
de tratamento foram condenados a cadeira elétrica.
Naquela época eu só tinha 30
anos e acabei ficando muito próximo e intimo de Carla e fomos viver numa casa
de frente por lago.
Mas naquele dia que parei de
antes daquele hospital queimado e abandonado em ruinas. Onde presenciei e vi
coisas horrendas e cruéis. Sendo então naquele momento só um hospital
abandonado, cercado de histórias e lendas contadas pelos moradores da região.
Eu me sentir perturbado sem nem ter conseguido passa pelo lugar a onde existia
a porta principal. Mas recuperado eu precisava, porque algo me chamava; eu
estava passando ater pesadelo acordando no meio da noite perturbado.
Então me dirigir para dentro
do hospital e subir pela escada movido pela minha determinação, coragem; por
minha origem na insanidade. Mas antes de subir segurei o corrimão e olhei para
cima. E parecia para a imagem de algo assustador, mas para minha defesa, estava
eu armado. Então subir ater o anda e o lugar a onde foi relatado por alguns
moradores da região de terem visto uma determinada luz. De terem visto uma determinada
luz misteriosa. E quando cheguei a tal anda e lugar eu pude presenciar o inacreditável,
era a própria luz, que tomava uma forma humanoide e me disse:
– Eu só estava lhe esperando
Sam – foi o que aquele ser luminoso me disse.
Não sabia nem o que pergunta
naquele momento quase que surreal e ao mesmo tempo quase que glorioso. Então eu
perguntei:
– Para quer? Como a sim?
E aquele ser de luz me disse:
– Para sermos livres, sempre ame Sam; continue
amando. A morte não é o fim de tudo. ater mais – e simplesmente sumiu em direção
ao céu e nunca mais tive pesadelos. – Tiago Amaral