sexta-feira, 5 de maio de 2017

O Acampamento

Já passava das sete da noite, quando retornamos ao acampamento, lá longe no fim do mundo. O céu ainda dava sinais de que o dia não havia em definitivo sido levado dali. Aqui e acolá as pessoas se movimentavam. Uns preparavam as barracas e outros iam atrás de lenha para a fogueira, que deveria ficar acessa a noite toda.
– Acho que vamos ter chuva pela madrugada – observou meu tio André depois de uma olhada atenta para o céu,  lá nas lonjuras do mundo
Sorri um riso discreto, pois não entendia como aquele homem simples, poderia fazer tal profecia.
– Isto é coisa que se aprende com o tempo de tanto observar o céu – diria minha mãe.
– Se chover, provavelmente não teremos pescaria amanhã logo cedo – comentou meu irmão.
– Eu irei, disse meu primo “Carlos Alberto”.  – Mesmo que chova canivete
Em poucos minutos o fogo crepitava e lançava em torno dele a claridade, que já àquela hora se fazia necessária.
Em pouco tempo a noite chegou, pesada, escura e amedrontadora para mim criança ainda naquela época. – Tiago Amaral (Uma atividade de pontuação do curso de formação de escritor da editora Palavra é Arte)


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