sábado, 29 de agosto de 2020

Olhos de Vidro

Como se erguia e se contorcia,
olhos de vidro. Está tudo
guardado numa velha caixa
de papelão, em forma de coração.
Me traga de volta a emoção,
mesmo a de um coração partido.
Diante deles era só mais um,
falsas testemunhas, almas
dilatadas diante do sol.

“Trate a queimadura dela!”
Andy não sabia brincar,
ela não sabia, mas só ela entendia.
Vapores quentes no rosto
eu presumo, sinto o cheiro
dos ovos fritos pela manhã.
Parecia que e a chover
sobre nuvens de algodão,
o cabelo de Andy estava
molhado, brincava
sobre a chuva.

Eu sempre aparava as suas
asas logo pela manhã,
quanto ela me visitava
sobre a luz do Sol. As
vezes antes do pôr do Sol
a tarde no começo da primavera.
Olhos de vidro sobrepostos,
nunca me sentir tão só
quando com os outros.

Velhas recordações que me
soa como memorias repentinas.
Escrevo uma carta de papel
amarelado, visões do amanhã.
Registro o que eles julgavam
hoje, os dias ainda seguem frios.
Concerte o despertador para que
possamos dormir.

Ele dizia que se sentia
velho e sujo.
“No fim do túnel a sempre
uma luz, uma saída.
Desperte minha alma,
como amantes de alma.”
Foi o que ele disse antes
de desaparecer.
Havia dois olhos de vidro
sobre a mesa de madeira. – Tiago Amaral



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