terça-feira, 26 de junho de 2018

Mystic Solitude

It is never late as one is never late.
Do not stop believing in strength
able to make everything happen.
To make of force so eternal a force
as the infinite.
When you have this strength when you look
the horizontal line of the horizon is not seen
limits see only beauty.
And the force becomes unlimited when
you can still believe in what you are still able to see.
And be able to feel firmly how much
It's worth just believing what you still can
of dreaming.
In what is as impossible as
Possible; so it's worth just dreaming and
to believe.
When you are sure you are sure
that you know this force.
When man felt this strength he knows
that nothing else can fill the void.
When looking between mountains and pines to
the sky that glitters full of glittering stars.
You will remember beauty as rare as
of the feminine eyes of the goddess
with beauty it fills this emptiness.
In the heart of the man who with love so much
to love.
Not the most satisfying thing of either
possibility of being alone.
And hold the world in your arms and
eternal love in the eyes of a goddess. - Tiago Amaral


Solidão Mística

Nunca é tarde como um nunca vai tarde.
Não parar de acreditar com força na força
capaz de fazer tudo acontecer.
Fazer da força uma força eterna tanto
quanto o infinita.
Quando se tem essa força ao olhar para
a linha horizontal do horizonte não se ver
limites ver só beleza.
E se transforma a força em ilimitada quando
ainda pode crê no que é ainda capaz de ver.
E poder sentir com firmeza o quanto ainda
vale apena acreditar no que ainda é capaz
de sonhar.
No que é tão impossível tanto quanto
Possível; por isso vale apena sonhar e
acreditar.
Quando se tem a certeza tem se a certeza
de que conhece essa força.
Quando o homem senti essa força sabe se
que nada mais pode preencher o vazio.
Ao olhar entre montanhas e pinhos para
o céu que reluz cheio de estrelas reluzentes.
Lembrará da beleza rara tanto quanto
mística dos olhos femininos da deusa que
com beleza preenche esse vazio.
No coração do homem que com amor tanto
a amar.
Não a nada mais gratificante do quer a
possibilidade de estar sozinho.
E ter nos braços o mundo e no coração um
eterno amor aos olhos de uma deusa. – Tiago Amaral


quarta-feira, 20 de junho de 2018

Mergulho Místico

A natureza puro e doce mar
de êxtase.
Não podia prender o meu
próprio coração selvagem.
Que sempre gostou de ser
livre.

Um mergulho na natureza
nas profundezas desse
doce mar.
Que não a como não amar.
Para encontrar um dos meus
maior sonho.

No dia que deparei com os
olhos quais sempre sonhei.
A dona deles passou a ser
o meu maior sonho.

Disciplina, humildade e um
profundo mergulho na
sabedoria.
É o que basta para um homem. – Tiago Amaral



terça-feira, 19 de junho de 2018

Êxtase Místico

Existir um êxtase místico e cósmico,
além de profundo, nas entranhas
da natureza.
E tudo de mais belo só nela vive.
Dos olhos do lince ao olhar do falcão
tudo és lindo desde então.

Quando na natureza faz-se presente.
Então faz-se um encanto tão presente
quando na natureza se encontra
o livre por amar.
Preciso de paz para fluir.

Meu espírito precisa de ar para voar.
E da mais pura e livre liberdade
para com amor poder amar.
Ao deitar e dormir na linha do
horizonte o sol era tão lindo.

A sim como pela manhã ao acordar
ao longe na linha do horizonte.
Uma vida perdida entre as
plêiades de estrelas reluzentes.

Nos altos picos meditar.
Tendo o brilho das estrelas
e a luz da lua para contemplar.
E sobre o balanço do mar navegar
sobre o luar e a sim continuar a amar. – Tiago Amaral


quarta-feira, 13 de junho de 2018

Estrela Especial

Por mais que o tempo ganhe asas.
Minha estrela ainda consegui me
encantar e guiar.
Quando olho para o universo não
tem como não ama-la.
Me faz sentir um menino... uma
criança.
Amando tudo que vejo pela frente.
Quando olho para estrelas você
é a mais especial.
Uma vontade tão grande toma
conta do meu ser.
Acho que estou enlouquecendo
ou tomado pelo amor.
Porque quando olho para minha
estrela eu só digo: “eu te amo, eu
te quero mais que tudo.”
Por mais que o tempo ganhe asas
ele parece voar sempre em minha
direção.
Porque minha estrela só faz meu
coração bater cada vez mais forte.
Minha estrela especial fui tomado
de amor por ela.
Me sinto uma criança amando tudo
que encontro pela frente.
Deixo apenas o amor me levar e a
vida a nos levar.
Quem sabe um dia numa outra
dimensão planetária.
Numa alguma outra circunstância
de vida.
Eu só sei que vou estar lá para ver
minha estrela brilhar.
E para com ela mim encontrar. – Tiago Amaral


sábado, 9 de junho de 2018

No Infinito

Como se eu pudesse sentir o mais
forte em mim.
Quando através daqueles olhos
eu pude ver o quanto era forte
o que eu sentia por eles.
Como se eu pudesse senti-la
a todo instante.
Tão perto de mim que tão forte
a podia sentir.
O que de infinito que por ela
tanto tenho.
Como abrir os braços em direção
a linha do horizonte.
Em cima de um arranha céu um
anjo a cair.
Um lindo e inalcançável olhar
na imensidão do infinito.
Duas estrelas a brilharem lindamente
no cosmo.
Na beleza do infinito eu vejo 
apenas o rosto dela.
E nada mais me encanta a não
ser o encanto que ela traz.
E no infinito por ela o que sinto
se constrói e jamais se destrói.
E brilha cada vez mais intenso ao
ponto de sonhar com o irreal
tão impossível.
E senti-lo cada vez mais real cada
vez tão forte quanto verdadeiro.
E ao olhar para o infinito eu só
vejo os olhos dela. – Tiago Amaral



Mundo Em Pânico

Por Tiago Amaral Versão - Revisada

Uma dor excruciante, como se os ossos quisessem rasgar a carne e estourar para fora do corpo, contorcia a

criatura diante de James. Ele estava paralisado, o coração disparado, o rosto uma máscara de puro pavor. Não havia reação possível diante daquele horror — a transformação grotesca de algo que já era, por si só, apavorante. A criatura, uma abominação de músculos expostos e ossos à mostra, parecia se tornar ainda mais hedionda, como se o próprio inferno a estivesse moldando.

James mal respirava. Pelo canto do olho direito, captou um movimento rápido — uma figura humanoide, indistinta, atravessando da cozinha para a sala. Num piscar de olhos, ela sumiu, como se nunca tivesse existido. Um delírio? Um truque da mente? Ou algo pior?

As luzes da casa piscavam em um frenesi elétrico, como se possuídas. As janelas batiam com violência, estilhaços de vidro voavam, e objetos metálicos — colheres, garfos, facas — se contorciam como se tivessem vida própria. Alguns se cravaram nas paredes com um som seco, como pregos martelados em madeira. Aparelhos elétricos, mesmo desconectados, ligavam e desligavam em uma cacofonia ensurdecedora. Um redemoinho invisível agitava tudo: livros, pratos, cadeiras, todos dançando no ar antes de colidirem contra as paredes, estilhaçando-se ou entortando-se em formas impossíveis.

James, ainda petrificado no pé da escadaria, sentiu o peso do terror travando seus músculos. Mas algo — instinto, coragem ou pura adrenalina — o impulsionou. Ele subiu os degraus correndo, o coração na garganta, fugindo da criatura que rugia de dor no andar de baixo. Enquanto corria, uma memória o acertou como um soco: aquela coisa. Ele a conhecia. Desde criança, ela habitava seus desenhos, suas histórias, seus pesadelos. Um monstro feito de ossos e músculos expostos, com uma cabeça que lembrava o crânio de um animal pré-histórico, vazio e aterrorizante. Um trauma que agora, de algum modo, ganhara vida.

No escritório, James revirou gavetas com mãos trêmulas, procurando sua arma. O rugido da criatura ecoava pela casa, cada som amplificando o pavor. Finalmente, encontrou-a: uma 500 S&W Magnum, fria e pesada. O silêncio que veio em seguida foi pior — um vazio perturbador, como se o próprio ar estivesse prendendo a respiração.

Com a arma em punho, James abriu a porta do escritório lentamente, o cano apontado para a escuridão. Desceu até o topo da escada, os olhos fixos nos degraus abaixo. Lá estava ela, subindo, lenta e deliberada, os ossos expostos brilhando sob a luz intermitente. Seus olhos — se é que tinha olhos — pareciam fixos nele. James, tremendo mas determinado, mirou e atirou.

O estampido da Magnum ecoou como trovão. A criatura cambaleou, desabando para trás, destruindo o corrimão de madeira com um estrondo. Ela ficou lá, caída no chão, imóvel, mas James sabia que não estava morta. Não podia estar. Não algo assim.

Ele permaneceu no topo da escada, a arma ainda apontada, o corpo travado. Memórias de infância inundaram sua mente — os cadernos cheios de desenhos daquele monstro, as noites acordado, suando frio, com medo do que espreitava no escuro. Era real agora. Ou seria um teste? Algo usando seus traumas contra ele? A figura humanoide que vira antes, aquela sombra fugaz, parecia não pertencer a este mundo. E a criatura... ela sangrava, mas não vermelho. Um líquido azul, fluorescente, escorria pelos buracos dos tiros, brilhando no chão de madeira.

Sem saber o que fazer — como chamar a polícia para algo assim? —, James decidiu vasculhar a casa. Precisava de respostas. Desceu os degraus, passando pela criatura caída, o cheiro metálico de seu sangue alienígena enchendo o ar. Na sala, o caos reinava: a televisão queimada soltava fumaça, o rádio tocava estática mesmo estando desligado. James o desligou com um tapa, o silêncio voltando como um peso.

Na cozinha, o cenário era ainda pior. Talheres retorcidos, facas e garfos cravados nas paredes como flechas. “Meu Deus, o que é isso?” murmurou, arrancando uma faca da parede com esforço. Ele a segurou, um plano B caso a Magnum não bastasse. Com a arma na mão direita e a faca na esquerda, seguiu pelo corredor ao lado da escada, onde uma porta levava ao porão.

James hesitou. O porão sempre fora um lugar que evitava, mesmo em dias normais. Mas algo o chamava. Ele abriu a porta, o rangido ecoando no silêncio. A escuridão lá embaixo era absoluta, o interruptor inútil. Com a lanterna na mão esquerda, ele desceu, a luz cortando as sombras. No chão, um rastro de sangue — vermelho, humano, não o azul fluorescente da criatura. Seu estômago revirou. Seguiu o rastro, o feixe da lanterna tremendo em suas mãos.

No fim do caminho, a luz revelou algo na parede: um símbolo, intricado e alienígena, como os círculos que apareciam em plantações pelo mundo. Um calafrio percorreu sua espinha. Aquilo não era apenas um monstro. Era algo maior, algo que não pertencia a este mundo — e James estava no centro disso.

O símbolo na parede do porão pulsou, fluorescente, sob o feixe da lanterna de James. Era hipnótico, um brilho alienígena que parecia vivo, como se respirasse. Ele ficou paralisado, o coração batendo tão alto que abafava o silêncio opressivo. O que era aquilo? Um aviso? Um portal? Sua mente girava, incapaz de processar o que via.

Um estrondo vindo do andar de cima quebrou o transe. James recuou, tropeçando no primeiro degrau da escada do porão. Subiu correndo, a lanterna tremendo em sua mão, a Magnum ainda firme na outra. Chegando ao corredor, notou algo errado: a criatura, aquela abominação de ossos e músculos que ele derrubara com um tiro, não estava mais lá. O corrimão quebrado e o sangue azul fluorescente no chão eram as únicas provas de que ela existira. As lâmpadas piscavam, algumas mortas, outras agonizando em pulsos erráticos. Algo estava muito errado.

Com o estômago revirado, James subiu ao andar superior, vasculhando cada quarto, cada sombra. A arma tremia em suas mãos, mas ele a segurava com força, movido por uma mistura de medo e determinação. Procurava a criatura — ou aquela figura humanoide que vira antes, fugaz, como um espectro. Ligar para a polícia? Impossível. Quem acreditaria nele? Pensariam que estava louco, que o trauma de infância que desenhava em seus cadernos havia finalmente quebrado sua sanidade.

Um grito lá fora o fez parar. Ele desceu as escadas correndo, a porta da frente à sua frente como uma promessa de respostas. Ao abri-la, viu o caos: garotos na rua apontavam para o céu, gritando sobre luzes que cortavam a escuridão. James olhou para cima. Pontos brilhantes dançavam, rápidos demais para serem estrelas, erráticos demais para serem aviões. Sua mente voltou à criatura, ao símbolo no porão. Tudo estava conectado.

O fim de tarde se transformava em noite, e a rua pacata da cidadezinha americana explodia em pânico. Vizinhos saíam de suas casas, alguns chorando, outros gritando. Uma mulher, os olhos vermelhos de lágrimas, gritava que um casal de amigos havia desaparecido, evaporado sem deixar vestígios. Nos rádios e TVs, as notícias eram febris: pessoas sumindo, luzes no céu, relatos de algo que ninguém queria chamar pelo nome. Invasão. A palavra pairava, não dita, mas sentida.

James ficou na porta, o vidro frio contra sua mão, assistindo ao mundo desmoronar. A televisão dentro de casa chiava, cuspindo fragmentos de noticiários: “Fenômenos inexplicáveis... desaparecimentos em massa... autoridades em alerta...” Ele murmurou para si mesmo, a voz rouca: “O que está acontecendo? Estou ficando louco? Ou é só um pesadelo?”

Mas não era. Ele sabia. Tudo começou naquela manhã, quando acordou de mais um pesadelo com a criatura de sua infância — ossos expostos, um crânio de animal pré-histórico, olhos que não existiam, mas o encaravam. Ele desceu para a cozinha, querendo apenas um copo d’água, e lá estava ela, real, rugindo no andar de baixo. Seus pesadelos haviam cruzado a linha para a realidade, e agora o mundo inteiro parecia preso no mesmo pesadelo.

Um barulho veio do sótão. James olhou para trás, mas a urgência do caos lá fora o puxou. Ele abriu a porta, saindo para a rua. No instante em que segurava a maçaneta, um rugido ensurdecedor cortou o ar. Um avião em chamas rasgou o céu, tão baixo que o calor lambeu sua pele. Gritos explodiram na multidão.

— Meu Deus, vocês viram isso? — berrou alguém.

— Um avião pegando fogo! — respondeu outra voz, trêmula.

O pânico se espalhava como fogo. Não era só aquela cidadezinha. As notícias falavam de desaparecimentos em todo o mundo, de luzes nos céus, de aviões caindo, de pessoas evaporando. James sentiu o chão sumir sob seus pés. Nada podia deter aquilo — algo superior, algo além da compreensão humana.

Então, ele olhou para cima, seguindo os olhares da multidão. Uma sombra colossal emergiu de uma nuvem negra, tão grande que escureceu a cidade inteira. Uma nave. Não havia outra palavra. Gigantesca, feita de um material que parecia engolir a luz, flutuava com uma leveza impossível. Um campo de força invisível parecia protegê-la, ondulando o ar ao seu redor.

— Meu Deus — gritou uma voz na multidão.

— Uma luz! Ela sugou duas pessoas! — berrou outra.

James ficou petrificado. A nave pairava acima de sua casa, como se o estivesse observando. Ele correu para o meio da rua, os olhos fixos naquilo. Era real. Era alienígena. E, de algum modo, estava ligado ao monstro, ao símbolo, aos seus pesadelos.

No meio do caos, uma figura correu em sua direção. Uma mulher jovem, loira, com olhos azuis cristalinos cheios de lágrimas. Era Keiti, alguém que James conhecera anos antes, alguém por quem ainda sentia algo que nunca confessara. Ela o abraçou com força, tremendo, buscando consolo. Ele a envolveu nos braços, o perfume dela um breve alívio em meio ao terror.

— Tive tanta saudade de você — murmurou James, a voz embargada.

— Eu também, James — respondeu ela, as lágrimas escorrendo. Então, ela o beijou, um gesto desesperado, como se o mundo pudesse acabar ali. — Não sei o que vai acontecer agora.

— O que houve com você? — perguntou ele, segurando-a pelos ombros.

Keiti engoliu em seco, os olhos vidrados de pavor. “Eu vi coisas, James. Pessoas morrendo. Desaparecendo. Minha irmã... ela estava na varanda, e então... uma luz a levou. Simplesmente sumiu.” A voz dela quebrou, e James sentiu o peso daquelas palavras. O mundo estava desmoronando, e ele, com sua Magnum, sua faca e seus pesadelos, estava no centro de tudo.

O mundo desmoronava. As ruas da cidadezinha, antes pacatas, eram agora um caos de gritos, pneus chiando e pessoas correndo em pânico. Nas rodovias, o trânsito era um monstro paralisado, carros abandonados como carcaças de um pesadelo. A realidade parecia se contorcer, dobrando-se sobre si mesma, como se o tecido do universo estivesse rasgando.

James segurava Keiti com força, os olhos dela, cheios de lágrimas, refletindo o desespero que engolia a todos. Ele a puxou contra o peito, tentando oferecer um fiapo de esperança. “Vai ficar tudo bem”, murmurou, embora sua própria voz tremesse. “Não sabemos o que eles querem, mas vai acabar bem.”

Keiti ergueu o rosto, os olhos azuis cristalinos buscando os dele. “Espero que sim, James”, sussurrou, a voz frágil, mas carregada de uma determinação que ele admirava.

Ele respirou fundo, sentindo o peso do que precisava dizer. “Keiti, preciso te contar algo. Acho que tem a ver com tudo isso... com o que está acontecendo.”

Ela franziu a testa, confusa. “Ok.”

— Não aqui fora — disse ele, olhando ao redor, onde o caos reinava. — Vamos pra dentro.

James levou Keiti para dentro de sua casa, o único refúgio que ainda parecia seu, apesar de tudo. Sentados na sala, com a televisão chiando estática e os ecos distantes de sirenes lá fora, ele despejou tudo. Contou sobre o pesadelo que o acordara naquela manhã, sobre a criatura que o assombrava desde a infância — ossos expostos, um crânio vazio, um monstro que ele desenhava obsessivamente em cadernos velhos. Contou como, ao descer para a cozinha, se deparou com ela, real, rugindo no andar de baixo. Falou da figura humanoide, um vulto indistinto que cruzou da cozinha para a sala e sumiu, como fumaça, deixando apenas uma sensação de que não pertencia a este mundo.

— Eu vi com o canto do olho — disse ele, a voz rouca. — Era como uma sombra, sem matéria. Algo... alienígena. Sempre achei que era só um trauma, Keiti. Mas agora... agora é real.

Keiti ouvia, o rosto pálido, os olhos arregalados. “E agora, James? O que vamos fazer?”

Ele balançou a cabeça, perdido. “Aguardar. As autoridades vão fazer alguma coisa. Tudo aconteceu tão rápido... talvez passe.”

— Espero que volte ao normal — murmurou ela, quase como uma prece.

Um tremor súbito fez o chão vibrar sob seus pés. Keiti agarrou o braço de James, o pavor estampado no rosto. “Estou com medo”, confessou, a voz tremendo.

Ele a abraçou com força, repetindo como um mantra: “Vai ficar bem. Estou aqui com você.”

Mas o tremor cresceu, transformando-se em um rugido que sacudia as paredes. Uma ventania feroz uivava lá fora, arrancando gritos da multidão. Pessoas corriam para dentro de suas casas, movidas por um instinto primal, como se uma força invisível as comandasse. Então, James e Keiti viram: esferas luminosas, brilhando com uma luz ofuscante, desciam da nave colossal que pairava no céu. Uma delas flutuou lentamente pela escada da casa de James, enchendo o ambiente com uma claridade sobrenatural.

James apertou Keiti contra si, os dois hipnotizados pela luz. Ela pulsava, quente, quase viva, engolindo o espaço ao redor. Por um instante, o mundo ficou em silêncio — e então, tudo desapareceu.

Quando James abriu os olhos, o caos da Terra era apenas uma memória distante. Ele estava deitado em um chão macio, sob um céu de um azul celeste tão puro que parecia pintado. Keiti estava ao seu lado, acordando lentamente, os olhos arregalados. Ao redor, outros casais — estranhos, mas com o mesmo olhar de espanto — emergiam, como se despertassem de um sonho coletivo.

James ajudou Keiti a se levantar, e juntos eles olharam para o horizonte. Montanhas verdejantes e picos rochosos se erguiam contra o céu, o mar brilhando em tons de safira logo abaixo. Era um planeta novo, alienígena, mas de uma beleza que cortava a respiração. Algo dentro de James dizia que ali não havia mentiras, não havia distorções. Era um lugar de verdades absolutas.

Eles não estavam sozinhos. Os seres que os trouxeram — superiores, intangíveis, talvez os mesmos que James vislumbrara como sombras — os haviam escolhido. Para quê, ele não sabia. Mas uma certeza crescia: ali, naquele mundo, o conhecimento era puro. James e Keiti, como os outros, tinham sido levados para algo maior, uma missão que talvez um dia os trouxesse de volta à Terra, carregados de sabedoria para recomeçar.

Na Terra, o blecaute global durou apenas minutos. Quando as luzes voltaram, as naves haviam sumido, levando com elas milhares de pessoas. Os que ficaram jamais entenderiam o que aconteceu, vivendo com o vazio dos que se foram. Mas no infinito do universo, em um planeta distante, James e Keiti olhavam para o horizonte, prontos para o que viesse a seguir.