sexta-feira, 30 de setembro de 2022

Traz Consigo O Amor

Triste encontram-se
os anjos na espera
de ouvir a tua doce voz.
E a sim encontra-se
coração que de amor
tanto a amar.
 
Ao longe vejo ela
aquém os anjos
tanto espera ouvir
de tua boca dulçores
que dela emana.
E que transforma
o ar que de amor
me faz suspirar.
 
Nós olhos traz
minha amada o
amor que preenchem
o coração de
quem com amor
tanto a ama.
 
E lá se vai minha
amada sob fim da
tarde. E os olhos
de quem ama a
seguem na esperança
de não perder o
brilho de amor que
dela emana. – Tiago Amaral




quinta-feira, 29 de setembro de 2022

Vivo A Sonhar

Vivo sonhando
e pensado,
será que ela 
gosta de mim? 

Que pensas 
também em 
mim entre
flores de um
belo jardim?

Que no começo
do fim da tarde
pensa em mim
como eu que
só penso nela?

E ainda mais
com a chegada
da primavera.
Pôs agora cada
flor que floresce
me lembra ela. – Tiago Amaral



quarta-feira, 28 de setembro de 2022

Voam Os Pensamentos

Voam até ti os 
pensamentos.
que florescem
nessa tua 
saudade.

E de tudo que
vivi e de todas
as pessoas que
conheci.
É de você que 
tenho mais
saudade.

E de todas as
flores que achei
que já amei.
Foi sempre de 
você o meu amor.

E no jardim 
cada flor chora
de saudade de
ti nessa tarde
que já vai 
chegando ao fim. – Tiago Amaral



Ainda Havia Trem

Vendo antigas
fotografias
eu chorei sob o
céu que de repente
escurecia.
Choveu naquela
tarde.

Ontem passei
ao lado da linha
do trem.
Mas foi se o tempo
que ainda havia
trem.

Lembrei de uma
garota que um
dia conheci.
Como tudo que
havia mudou,
aposto então
que ela se casou.

Como era bom
acordar com o sol
e ter na mesa
o café da manhã
feito por mamãe.
E lá fora havia o 
belíssimo canto 
dos pássaros. – Tiago Amaral



terça-feira, 27 de setembro de 2022

Ao Nascer do Sol

A noite ficamos
olhando aquele
céu coberto de
estrelas.

Depois adorme-
cemos coberto 
pelas estrelas.
Pela manhã a
fogueira ainda 
queimava.

Só não as 
estrelas que
partiram para
dá lugar a 
alvorada.

Naquele
belíssimo nascer
do sol, naquela
manhã tão bela,
mas que de saudade
deixou as estrelas. – Tiago Amaral





Aventureira

A noite ela saiu
da barraca para 
ver as estrelas.
Depois passou a
dançar em volta 
dá fogueira.

Eu mal sabia quem 
era, eu só sei que ela 
dançava lindamente 
em volta da fogueira,
sob aquele céu
cheio de estrelas.

Eu mal reparava
as estrelas, porque  
eu simplesmente 
me perdi, nas estrelas
refletidas nós 
olhos dela.

Olhos de felina
uma onça a fugir
do mundo louco
das grandes cidades
e de suas pessoas.
E a ser perder nas
estrelas, daquela
noite tão mágica,
cheia de estrelas. – Tiago Amaral



segunda-feira, 26 de setembro de 2022

Volto Ao Mar

Nessa saudade
volto ao mar
com a saudade
do teu olhar.

Vejo o sol se
por sobre a
saudade do
meu amor.

E sem poesia
termina o dia.
Pôs sem ela o
sol mal apareceu
para iluminar o
dia.

Passei ao jardim,
mas sem ela
não a primavera.
E as flores murcharam
de saudade dela. – Tiago Amaral



domingo, 25 de setembro de 2022

Choram Por Ti

Nesse tempo
que passou,
chorou-se 
as flores que 
você deixou a 
te esperar.

Olho para
o céu a noite,
noite de estrelas
no céu, que
de saudade
choram à tua
espera.

Vem se a lua,
a iluminar as
ruas a te procurar.
E pra terminar
o dia sem poesia.

De saudade
de você eu vejo 
o sol desfalecer, 
sobre o horizonte
em mais um
fim de tarde
sem você. – Tiago Amaral



sábado, 24 de setembro de 2022

A Chuva Foi Embora

Tudo que eu
vi naquele
começo de 
tarde em meio
as flores daquele
jardim.

Foram os teus
olhos a florescer
bem diante 
de mim.
A chuva foi
embora nesse
fim de tarde.

Os cães parecem
tão felizes na
com a chegada
da primavera.
Bem que você
ainda poderia
está aqui.

Sob esse céu
azul que 
comtemplar
as flores.
Como minha
única e eterna
flor. – Tiago Amaral



quinta-feira, 22 de setembro de 2022

Bem Diante do Mar

Na beira-mar
vem-se as ondas
a te procurar.
E sem te encontrar
se contenta em 
beijar a praia.

Na beira-mar
sob esse seu
céu azul sobre
o mar.
Quantas lembranças 
para recordar.

Teu riso era
mais bonito que 
o mar.
Que as ondas
vinham apenas
para te ver
passar.

Vinha-se o sol
a brilhar e o céu
a clarear... Apenas
para te ver passar
bem diante do
mar. – Tiago Amaral



quarta-feira, 21 de setembro de 2022

Choram-se As Flores

Como não vejo
mais o teu sorrir.
Por isso volto
sempre ao jardim,
para me lembrar
de ti.

Ao chegar ao 
jardim choram-se 
as flores a amarga
saudade de ti.

O tempo que
passa e fica-se
as rosas a tua 
espera. 
De te ver passar 
mais bela. 

Me sinto tão
só e vejo o sol
que hoje só
apareceu na 
esperança
de lhe dá um
bom dia. – Tiago Amaral



terça-feira, 20 de setembro de 2022

Brilham-Se As Estrelas

Teu rosto se reflete
nas águas do mar
que brilha de baixo
desse céu de estrelas.

Cada uma delas brilha 
mais que a outra na 
esperança que você 
as veja na imensidão 
do infinito que hoje
está tão bonito
quanto os teus
olhos.

Parece que o céu
se transformou
em um imenso jardim 
de flores luminosas 
com as estrelas querendo
brilhar mais do que
as outras.

Apenas para se verem 
refletir nos olhos teus 
para que a sim como 
eu de amor poderem 
suspirar eternamente. – Tiago Amaral



segunda-feira, 19 de setembro de 2022

Chora Se O Mar

Meu caminho é 
os teus olhos
por isso amo-te 
tão facilmente.
Ouço o barulho
das ondas que
de saudade 
choram.

Tão calmamente
meu coração escuta 
as ondas que beijam
a praia na
esperança que
seja os teus pés.

Abaixo das nuvens
sopra se o ar em
uma doce e refrescante
brisa na esperança
de beija-te a boca.

A natureza então
triste se encontra 
pôs tua beleza se 
ausenta.
De repente começa
a chover, é, o choro
dos céus de saudade
de você. – Tiago Amaral



Nessa Saudade

Confesso que
estou apaixonado
que fico louco
quando vejo
o teu retrato.

Onde está
você? Pôs meus
olhos te procura,
mas não mais
te ver.

Onde está
você? Que
deixou apenas
saudade.
Que foi e sempre
será a minha 
maior verdade.

Onde está
você? Que me
deixou nessa
saudade. – Tiago Amaral




Coração Sobre O Mar

Sobre o mar entre 
canções noturnas.
E sob a noite minha 
única lembrança
se perde nas estrelas.

No balançar do mar 
a noite eu vejo o teu 
rosto na superfície 
lunar e não me sinto
tão sozinho sobre
o oceano. 

Nessa hora as batidas
do meu coração 
também me faz 
companhia.
E em sua direção
ele começa a
navegar.

Meu corpo está a 
navegar sobre as 
águas do mar. 
E meu coração por 
te amar se perde 
nas estrelas do céu.
Então adormeço e
nessas horas minha 
alma se encontra
sempre ao lado
da tua. – Tiago Amaral





domingo, 18 de setembro de 2022

Uma Seria 2

Voltei para
te ver na 
superfície do mar.
E para que você
pudesse me
conhecer.

E preencher
esse vazio
que reside em
meu coração, 
através dos 
teus olhos.

Olhe para o 
céu e veja como
a Lua aparece 
só para te ver
sorrir, minha
eterna flor do
mar.

Como as estrelas
saem das plêiades
apenas para
apreciarem o
brilho dos teus
olhos.
Cante pra mim,
pôs por toda
vida eu estarei
aqui, apenas
para te ouvir.  – Tiago Amaral



sábado, 17 de setembro de 2022

Uma Sereia

Sobre o mar 
tudo deixei 
levar.
Quando os teus
olhos eu vi.
E ouvir a tua
doce voz
cantante.

Meu coração
flutuou sobre
o oceano.
Queria te
abrigar em
meus braços.

E te guardar
para sempre
em meu coração.
Voltarei sempre
aos mares para
te ver sorrir.

Deixa-me cantar
para você até
te ver dormir
de baixo desse
céu de estrelas
sobre o mar.
Por quer eu vou 
sempre te amar... 
Minha amada sereia. – Tiago Amaral
(Inspirada também na canção Song To The Siren na voz de Robert Plant)




sexta-feira, 16 de setembro de 2022

Permanece A Florir

Flores sobre
o teu jardim.
Uma tarde que 
eu queria que
jamais tivesse
fim.

Os teus olhos
de menina
sob o fim 
daquela tarde.
O teu jardim
que ainda
permanece
a florir. 

Sentir o meu
coração
levado pelos
teus olhos.
Como pluma ao 
vento em uma 
tarde de outono.

Tudo mudou
levado pelas
areias do tempo.
Mas algo ainda
restou e continua 
a florescer...
A lembrança
dos teus olhos. – Tiago Amaral





Na Beira do Mar

Na beira do
mar, na imensa
saudade do
brilho do teu
olhar.

E nessa tua 
saudade,
parece que o 
mar perdeu
toda sua beleza.
No imenso 
descontentamento
da tua ausência. 

O que vejo
no horizonte
se não o teu
rosto. E o que
não faria para
tocá-lo mais 
uma vez.

Ah, o mar,
nessa saudade
que ele me
traz do teu
doce olhar. – Tiago Amaral



No Teu Mar

A beleza das
águas do mar.
Olhos de oceano.
Meu sonho era
em ti poder
navegar.

Perdido no teu 
oceano até 
te encontrar.
Perdendo os 
meus olhos no 
labirinto dos teus.

Por quer para 
não me perder, 
seria nós teus 
olhos, que eu me 
guiaria, enquanto
em ti navegaria.

Me apegando 
no teu horizonte.
Me guiando no 
brilho dos
teus olhos.
Como se fossem 
estrelas. sob o 
mar em uma noite 
de estrela. – Tiago Amaral




quinta-feira, 15 de setembro de 2022

Por Toda Vida

Te amo por
toda vida.
Por toda vida
eu a de te amar.
Nessa saudade
que a tua ausência
me traz.

De tal forma
que tudo que 
se faz presente
é o amor
Nas chamas
dessa paixão
que a de nunca
se apagar.

Te amarei por 
toda vida.
Pôs por toda vida 
eu a de te amar.
E cada verso meus
inspirado nós
olhos teus.

Serão sempre
para dizer que
por toda vida
eu a de te amar.
Pôs por toda
vida eu vou te
amar. – Tiago Amaral



terça-feira, 13 de setembro de 2022

O Vento Levou

O Vento levou
q que ainda
restou.
O sol hoje 
nasceu por
de trás das
montanhas.

Tudo mudou
o que restou
foram as
lembranças.
Apenas as 
lembranças.
Eu voltei apenas
para relembra-las.

Para matar
essa saudade
tão violenta
e ao mesmo 
tempo tão doce.
Sentir o vento
frio de outono.
Lembra dos 
tempos de criança
e de juventude.

Lembra dos
teus olhos e dos
teus cabelos
ao vento.
Pôs o único a
que eu queria
eternamente
respirar... Era o
ar que passava
entre os teus
cabelos. – Tiago Amaral




Por Toda Vida

Amo-te a cada
instante.
Amo-te em cada
vão momento.
Amo-te 
eternamente
na solidão do
contentamento.

Amo-te no 
prazer de te amar.
Amo-te no silêncio
da noite sob
a saudade que
traz atua amarga 
ausência.

Amo-te em cada
lembrança tua.
Do teu riso a tua
voz, voz, que ainda 
escuta o meu 
coração.

Te amo, te amo,
vos digo e tanto
acredito. 
Que faz acreditar
a alma e também 
o coração aflito.
De que irei te
amar por toda
minha vida. – Tiago Amaral 



Chuva do Tempo

Por Tiago Amaral – Versão Revisada

 

O templo do céu se fechava sobre o vilarejo, e bandos de pássaros buscavam refúgio em qualquer telhado ou árvore que lhes prometesse abrigo. Ninguém poderia imaginar que aquela chuva seria diferente de todas as outras já vistas.

Nuvens densas, de um cinza profundo e opressor, acumulavam-se sobre nossas cabeças. Dentro de casa, as famílias se recolhiam em silêncio, acendendo velas, resguardando-se da tempestade que se formava lá fora. Os cães, com os rabos colhidos entre as pernas, corriam assustados em busca de algum canto seco. O vento trazia consigo o presságio de um desastre. O horizonte se fechava, o dia perdia sua cor, e uma sombra gelada repousava sobre o vilarejo.

Foi então que algo jamais visto aconteceu.

Naquela manhã, ainda fria como tantas outras, surgiu no céu um arco-íris circular, perfeito e impossível. Um círculo de cores pairava sobre nossas cabeças, como um sinal, um presságio que ninguém ousava decifrar. E, tolos que éramos, seguimos nossas vidas sem imaginar o que aconteceria quando a primeira gota caísse.

Vi da janela a primeira revelação do fenômeno: pessoas envelhecendo diante dos meus olhos, décadas inteiras gravadas em suas faces em questão de segundos. Sempre que o céu ameaçava chuva, o pânico tomava conta do vilarejo. Todos corriam para dentro, não apenas para fugir do frio, mas para escapar de algo muito pior: o tempo que corria em disparada.

Qualquer gota daquela água bastava. Bastava um respingo para que uma parte do corpo se transformasse irreversivelmente.

— Mamãe, mamãe… estou com medo! — chorava uma garotinha encolhida sob o cobertor.
— Vai ficar tudo bem, querida… basta não nos molharmos — murmurava a mãe, sem desgrudar os olhos da janela, tentando compreender o incompreensível.

Naquela tarde, a chuva enfim começou a cair, pesada, implacável. Vi meu amigo Pedro sair de casa aos 25 anos. Quando voltou, minutos depois, arrastava-se como um ancião de noventa. Viveu apenas mais dois anos, sem filhos nem netos. Foi assim que testemunhei a morte precoce de quem um dia fora jovem e cheio de vida.

Aquela chuva não apenas envelhecia pessoas: corroía também o mundo ao redor. Objetos de ferro enferrujavam em minutos. Tecidos se desfaziam. Madeira se apodrecia como se décadas de degradação passassem em instantes.

O inverno inteiro foi marcado por esse flagelo. Trovoadas e relâmpagos acompanhavam a “chuva do tempo”. Alguns tentaram fugir durante as estiadas, mas quase todos tiveram o mesmo destino. John, o filho de uma vizinha, aproveitou uma trégua para escapar de carro. Encontraram-no depois, lançado para fora do veículo após um acidente. Seu rosto molhado pela chuva se transformara diante de testemunhas, envelhecendo até a morte em questão de segundos. Sua última frase ecoava como um lamento: “Meu Deus, não!”

Perguntava-me, olhando a parte envelhecida do meu braço — tocada por uma gota que se infiltrara pelo telhado: “O que essa chuva queria nos dizer? Que mistério era esse?”

O medo moldou nossa rotina. O vilarejo, antes alegre, transformou-se em cárcere. As ruas desertas durante os temporais, as portas fechadas, as cortinas cerradas. Havia, porém, os que viam na chuva uma promessa. Alguns acreditavam que ela era divina, um caminho para outro mundo. Corriam para fora, braços abertos, entregando-se à água que lhes roubava décadas em segundos. Foi assim com Caroline, filha de Jack, consumida pela dor da perda da mãe.

— Pai, me deixe ir! — gritava, lutando contra os braços do homem que a segurava com desespero.
— Não! Eu não vou deixar você! — implorava Jack, os olhos inundados de lágrimas.

Num instante de descuido, a garota escapou. Virou-se para o pai e disse, num sussurro que partiu o coração de todos:

— Adeus, pai… eu te amo.

Jack correu atrás dela, ignorando o próprio corpo que envelhecia sob a chuva. Abraçou a filha enquanto ambos murchavam diante dos olhos horrorizados da vizinhança. Caiu com ela nos braços, dizendo, até o último instante, que a amava desde o dia em que nascera.

Não era apenas nosso vilarejo. Notícias chegavam de outras partes do mundo: o mesmo fenômeno, a mesma tragédia. Pessoas batendo às portas dos vizinhos, implorando por abrigo, envelhecendo no umbral. O número de mortos crescia a cada temporal. A população diminuía. O medo aumentava.

E assim vivemos, à mercê de um inverno que parecia eterno. O som das gotas no telhado era o toque de recolher. O trovão, um lembrete cruel de que o tempo, aquele velho senhor invisível, podia ser impiedosamente acelerado pela água que caía dos céus.

Alguns sobreviviam. Outros partiam. Todos se perguntavam: era castigo, milagre ou acaso da natureza?

Eu apenas sei que, naquela noite, enquanto contava uma história para minhas filhas adormecerem, lá fora a chuva seguia. E no fundo do meu coração, um pensamento latejava como um presságio inevitável:

A chuva passaria… mas o tempo jamais nos devolveria o que levou.

E a tarde se arrastava, pesada e cinzenta, quando o dia enfim começou a ceder lugar à noite. A chuva, incansável, variava entre o aguaceiro e o mero chuvisco, como se zombasse de nossa fragilidade. Alguns moradores, tomados pela necessidade, ousavam sair sob o céu, protegidos por capas encharcadas, guarda-chuvas trêmulos e sombrinhas que pouco faziam contra o peso invisível daquela água amaldiçoada.

Quando a noite caiu sobre o vilarejo, cada lar se fechou em silêncio, preparando-se para o jantar. Foi então que percebi algo curioso: os animais pareciam imunes ao castigo do tempo. Meus dois gatos voltaram das ruas indiferentes à tormenta, trazendo nos olhos apenas o brilho comum da noite — intactos, incólumes, como se nada houvesse acontecido.

– Querido, o jantar está pronto – chamou minha esposa com voz suave, como se quisesse afastar o medo que rondava nossas paredes.
– Já vou, meu amor – respondi, enquanto colocava nossa filha menor para dormir.

Havia registrado tudo em meu caderno: cada detalhe do fenômeno, cada morte, cada instante roubado. Eu mesmo permitira que uma gota me atingisse, apenas para provar o impossível — e até hoje carrego, no braço, a cicatriz do tempo acelerado. Naquele jantar, minha filha mais velha ergueu os olhos para mim e perguntou:

– Pai... será que um dia isso vai passar?

Olhei para o prato, depois para os olhos dela, e respondi, com a calma que não sentia:
– A chuva passa, sim, querida. Mas sempre retorna... no próximo inverno.

E assim foi. A cada estação gelada, quando os céus se fechavam, testávamos a maldição com objetos de ferro, deixando-os à mercê das gotas. Bastava um instante: logo se retorciam, enferrujados, consumidos por anos em minutos. A prova de que não era delírio, mas condenação.

Mais tarde, ao nos recolhermos, ainda chovia com fúria. No quarto de minhas filhas, a menor, de oito anos, sussurrou com a voz embargada pelo sono:
– Pai... conta uma história. Não consigo dormir.

Sentei-me entre as duas, e mesmo a mais velha, de doze anos, ouvia atenta. Inventei, então, uma fábula de guerreiros e princesas, de reinos distantes onde a chuva não passava de um detalhe. Contei até que suas respirações se tornaram profundas, e os olhos, pesados. Saí devagar, deixando-as no abrigo frágil dos sonhos, enquanto lá fora a tempestade ainda rugia.

Na madrugada, o trovão quebrou o silêncio, como um presságio final. E então, quando a manhã nasceu, fomos surpreendidos por algo quase impossível: o sol. Um sol vibrante, dourado, que atravessava as janelas e inundava a casa com um calor que não víamos há muito. Saímos todos para o quintal, deslumbrados com aquela claridade sublime. Nunca o vilarejo havia presenciado uma manhã tão bela.

Mas eu sabia — todos sabíamos — que aquela luz era apenas um intervalo. A “chuva do tempo” se fora, sim, mas apenas até o próximo inverno. E quando as nuvens voltassem a se fechar, estaríamos novamente à mercê dela... porque o tempo não esquece. O tempo sempre volta.


segunda-feira, 12 de setembro de 2022

Morena do Mar

O mar no fim
dessa tarde.
Que saudade
me traz do 
teu olhar.

Oh, morena
do mar,
que nunca 
mais vi o teu
olhar.

Diante do mar
as ondas me
trazem a saudade
do teu olhar.

Oh, morena
do mar, que
saudade tão
grande do teu
olhar. – Tiago Amaral



domingo, 11 de setembro de 2022

Assim Como O Beija-Flor

Assim como
o beija-flor,
eu fico na
esperar... De
te ver sorrir

Minha pequena
flor.
Meu grande
amor.
Como és lindo
o dia.

Que até o sol
aparece para
te dar um
bom dia!

Assim como o
beija-flor,
eu também fico
na espera... De
te ver sorrir.
Pôs o teu riso
alegra o meu dia. – Tiago Amaral



sexta-feira, 9 de setembro de 2022

Diante do Mar

Diante do mar
de baixo desse
céu azul.
Oh, morena,
saudade do 
teu olhar.

E diante do 
mar, oh, 
morena, quanta
saudade me
traz aquele
teu olhar.

E diante da
beleza do
mar, ainda é 
bela a natureza.
Mas tudo era
mais belo
com a beleza
do teu olhar.

Oh, mar, na 
beira-mar.
Oh, morena,
quanta saudade
me traz o teu
olhar. – Tiago Amaral



quinta-feira, 8 de setembro de 2022

Menina do Mar

Nessa tarde
vazia saudade 
trazia a 
lembrança 
do teu olhar.

Menina do 
mar.
Saudade
sinto de coisas
que vi no teu
olhar.

Saudade de
tempos da
inocência da
infância.
Da beleza 
dos dias.

Menina do
mar.
Saudade das
tardes a 
beira-mar. – Tiago Amaral



Alegria Traz Ao Dia

Te sinto mais
linda e fico 
na espera.
Olhando da
janela.

Esperando a
hora de te ver
passar.
Quanta alegria
traz ao dia
o teu olhar.

Fico tão contente
do teu lado.
Acho que estou
realmente 
apaixonado.

Te sinto mais
linda deve 
ser porque a 
primavera
se aproxima. – Tiago Amaral







quarta-feira, 7 de setembro de 2022

Morena Flor

Fiz esse
samba para
conquistar
o teu coração.
Oh, morena,
deixa eu morar
no teu coração.

Nessa solidão
triste se encontra
o meu coração.
Então voltou
ao jardim 
para a sim me
lembrar de ti.

Rosa morena,
morena flor.
Tristeza é a vida
sem você, oh,
meu amor.

Cadê tua beleza,
flor da natureza?
Oh, morena, a flor 
que roubaste para 
ti todo o meu amor. – Tiago Amaral



terça-feira, 6 de setembro de 2022

Choram As Flores

Nessa saudade
vive as flores
na janela a tua
espera.
Oh, meu amor, por
onde tu andas?

Pôs as flores
vivem a chorar
de saudade de ti.
Eu resisto para igual
a elas eu também
não chorar de
saudade de ti.

Sorriam e cantavam
eram as flores
ao te ver passar.
Eu resistia para
não deixar o
meu coração
de mim flutuar.

E pela janela te
acompanhar
até esquece de
voltar novamente
para mim.
E eu então a ficar
a morrer de amor
por causa de ti. – Tiago Amaral



Coração A Navegar

Andei a 
beira-mar
com saudade
do teu olhar.
E no balanço 
do mar.

Tanta saudade
tive do teu
balançar.
Oh, morena,
quanta 
saudade de ti.

Diante desse
mar azul 
meu coração
começa a 
navegar.
E de saudade
começa a
palpitar.

E de saudade
de te, oh, morena.
Deixei o meu 
coração navegar
sobre o mar
nessa grande
saudade do teu
olhar. – Tiago Amaral



segunda-feira, 5 de setembro de 2022

Esse Samba-Canção

Oh, mulher,
maior que o
mar, maior que
tudo e mais. 
Se estende na
imensidão da
eternidade o 
meu amor por
tu, oh, morena.

Fiz essa canção
me inspirando
nós teus 
belíssimos
olhos, que tanto 
me ensinaram 
amar.

Nesse luar
quanta saudade
do teu doce olhar.
Oh, mulher, 
você é a minha
fraqueza, que
vivo a sonhar.

Fiz essa canção,
esse samba
canção, para 
te dizer que tudo 
que sei, é amar
só você. – Tiago Amaral



domingo, 4 de setembro de 2022

A Saudade de Orfeu

Saudade da
tua presença.
Quanta tanta
saudade me
traz a tua 
ausência.

Oh, minha 
Eurídice, do
amor que retenho
e que guardo.
Por toda minha
vida a de ser
só teu.

A luz a brilhar
eternamente
em meio escuridão.
Um brilho de uma
estrela a brilhar
por toda eternidade.

Oh, Eurídice, minha
amada, vejo o teu
belíssimo rosto
a refletir entre
o esplendor das
estrelas. 
Todas pálidas
diante da tua
beleza. – Tiago Amaral



As Flore Choram

Quanta saudade
e vai chegando
a primavera.
Só para mim
lembrar de ti.

Mas nessa
saudade sem ti.
As flores não
vão voltarem
a sorrir.

Só voltou
mesmo ao
jardim para
me lembrar
de ti.

Sentir o teu
cheiro de flor,
em cada flor
que chora
de saudade de
ti, oh, meu amor. – Tiago Amaral



sábado, 3 de setembro de 2022

Poeta

Mas pra fazer 
poesia tem 
que sofrer
O poeta só é
grande se já
sofreu.

Pôs não existe
poesia sem
sofrer.
A sim como 
não existe
beleza sem
você.

Um poeta de
verdade ama
eternamente.
Por isso fique
sabendo que
não te esqueci.

Dá-me o teu
cheirinho de
flor, para-me
fazer sorrir
de volta, oh,
meu amor. – Tiago Amaral




sexta-feira, 2 de setembro de 2022

Chove Saudade

Oh, meu coração
aflito, nessa
saudade que
não tem fim.
E que insensata
é essa solidão.

Quantas flores
hoje eu vi,
quando voltei
ao jardim, só
para mim 
lembrar de ti.

E fazer com 
que essa saudade
tenha fim.
Quanta tristeza
a chover sobre
as coisas mais
simples.

Por causa da
saudade de
você.
E nesse entardecer,
quanta tristeza
nas rosas, quanto
também em mim.
Por causa da 
grande saudade
de ti. – Tiago Amaral



quinta-feira, 1 de setembro de 2022

Essa Saudade

Quantas rosas,
quantas flores
hoje eu vi.
Mas nenhuma
delas tão bela
quanto a ti.

Nessa tarde
que se esvai,
nessa saudade
tão grande de
ti.

Ainda chora
o meu coração
por alguma 
razão essa saudade
tão grande de
ti. 

Oh, sensato
coração que
ainda chora
por alguma
razão, essa
grande saudade, 
tão grande de ti. – Tiago Amaral