sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Amor Cósmico

Os teus olhos reluzem...
A sim como as estrelas
nas distintas e antigas 
plêiades de Orion.

Meu coração então
ferve e depois 
simplesmente viaja,
pelas nebulosas de 
Andrômeda.

O somente os teus
olhos o deixa a sim.
Por isso te amo em
um devaneio utópico
entre as arcaicas 
ruínas jupterianas.

Te amo como as eternas
estruturas nos
desertos de Marte.
Entre dunas de areia,
você sempre será
minha sereia. – Tiago Amaral




quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

Eterna Flor

Como as flores de 
um jardim secreto.
Nós teus olhos 
eu encontrei a tua
alma.

Você ainda está
lá em meio a 
minha utopia.
Como um eterno 
navio ancorado
em um porto.

Como uma flor que 
jamais murcha.
Que apenas floresce
entre as ruinas de
minha secreta solidão.

Entre os antigos 
retratos teus a lápis.
O teu rosto a carvão
numa antiga folha 
de papel.
As vezes ainda sinto
atua alma quando
a chuva cai.

Como o barulho das
solitárias ondas 
da praia. 
As crianças que brincavam
lá fora, já não brincam
mais.
Mas você ainda continua
aqui... Meu amor. – Tiago Amaral





quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Aventureiro

De baixo do céu ia eu,
alma destemida.
Cobre a alma o céu azul.
Na calada da noite
as estrelas a dançarem.

Como bailes de primavera
Meus olhos estavam
sós entre elas.
Flores de laranjeiras.
O orvalho trazia-me
a emoção ao coração.

E as rimas das montanhas.
Ouvia o som do lago ao
riacho claro.
Centenas de amora
como cerejas.

Cachoeiras, oh, doces
videiras.
Desnudas eram as ninfas.
De alma para alma
amada eram as musas. – Tiago Amaral




terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Ficando Louco

Quando vejo você 
passar, faz meu 
coração pulsar, estou 
ficando louco.
Não consigo respirar,
meu coração pode
parar.

Não sei te esquecer 
tudo só me faz
lembrar de você.
Só sei que estou 
ficando louco.

Dizem por aí que
estou ficando
pirado, louco e 
apaixonado.
Não sei como 
adivinharam
que estou.

Você não me deixa
mais dormir, mas me
deixa sonhar. 
E viajar no teu olhar
difícil é não te querer.
Nessa loucura eu 
só sei amar você.

Esqueço todas as 
direções quando vejo 
você passar.
É difícil me controlar
quando vejo você.
Estou ficando louco...
louco pôr você. – Tiago Amaral




segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

Sincronia do Coração

Girassol era o pôr do 
sol sobre o mar no 
fim da tarde. 
Beleza era o teu 
nome surgindo nas 
luas das infinitas 
nebulosas de Vênus.

Escrevo teu nome 
em um punhado 
de estrelas de tão 
apaixonado que estou.
Navego na lua dessa 
sincronia aonde 
sempre vejo o teu
nome. 

Amar eu amo somente
você em minha secreta 
solidão.
Lembro de ruas que
morei e lugares que
visitei como se fosse
ontem.
Mas quando eu penso
em alguém eu penso 
somente em você.

Canto o teu nome para 
as estrelas em noites
solitárias e vazias.
Em noites de sereia você
seria a mais bonita de 
todas elas.
Seria apenas o teu canto
que eu escutaria.
Você jamais se perdeu ou
se perderia em meu
coração. – Tiago Amaral




Corvos No Amanhecer

Voavam os corvos
sobre o amanhecer 
solitário e frio.
Enquanto as montanhas
russas cruzavam os céus.

Não havia uma alma
no frio e escuro 
entardecer.
Sobre a chuva, turva
as crianças buscavam
por abrigo.

A tarde era fria e 
frio era o dia.
Corvos que voam
sobre a neblina
vazia no solitário
amanhecer.

Sentado nas ruinas do 
velho cais do porto.
Via mais uma vez a
morte do sol. 
Sobre o entardecer de 
antigos girassóis. – Tiago Amaral




sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

Ao Amor Escuto

Ao amor escuto
e a através dele
sigo e vivo.
Tão calmamente
eternizava-se o ar 
em sua passagem.

Leva-me o coração
a minha amada.
Que nos olhos não
havia nada mais nobre.
E por amor busco
o teu paraíso.

E aos olhos de minha
amada não tiro.
Que de encanto via-se
tomados pelo amor.
Que no ato da tua
existência fez-se tão
sublime quanto nobre.

E nada se fazia mais
belo que o paraíso
que trazia consigo
minha amada.
E de amor via-se a
alma preenchida.
Que no ato de um 
suspiro tanto a amava. – Tiago Amaral





quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Forte Chuva

Não havia nada
mais belo que
os teus olhos 
nos olhos meus.
Sobre a fria manha
de outono.

Almas perdidas
que se encontram
numa tarde tão
remota.
Entre flores, amores
e cores.

Teus retratos a 
pastel sobre antigás
molduras.
Não me tortura
como tua falta...
Como a doce falta
dos teus olhos.

Era como um belíssimo
e belo horizonte.
O teu riso em antigas
fotografias.
Você ainda me inspira
e para sempre mim
Inspirará, sobre a forte
chuva. – Tiago Amaral




quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Como Uma Fotografia

Como uma fotografia
em preto e banco.
Ainda lembro do
cercado e do gramado.
Ainda lembro
daquela tarde.

A sim como os corvos... 
a sim como os corvos
sobre o solitário
entardecer.
Antigas cartas sobre 
a velha mobília ao 
amanhecer.

Uma pequena caixa
de papelão.
Teu riso era como
um cartão postal
para o meu coração.

O sol de amarelo 
limão agora se
põe entre antigas 
ruinas no fim da tarde.
Mas sei que você
ainda está aqui.

Em antigas esculturas
de argila, em antigos
retratos a carvão.
Em antigas e mal-acabadas
telas... E para sempre
dentro do meu coração. – Tiago Amaral 




terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Chuva de Verão

Solidão de sol
de verão.
Quantas recordações
numa manha
remota que se
foi.

Olhos na solitária
chuva escura.
A sim como as 
crianças que se 
encontravam
no parque no
começo da tarde.

Lá estava os teus
olhos entre a fina
chuva de verão.
Entre telas e flores
sobre a janela.

Entre eras tão
distintas.
Você sempre vai
florir... Mesmo
antes da primavera.
Mesmo antes de
toda primavera.
No calor intenso de
minha alma. – Tiago Amaral





segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

Castanhos Claros

Teus olhos de
castanhos claros
como testemunhas.
Um coração de
recorte sobre 
as tuas mãos.

“Havia alguma
emoção ali”
Ele disse.
Como quando os 
corvos voam sobre 
o amanhecer.

Antigas cartas
no velho farol.
Teus retratos 
ainda intactos.
Sobre antigas
superfícies.

Só o jardim que
também deixou
de florir.
Sem você aqui
as flores também
deixaram de sorrir. – Tiago Amaral




Orquídeas Sobre O Mar

Orquídeas sobre
velhas sepulturas.
Rosa escuras em
um mar negro.
O tempo se fecha
sobre mim.

Você hoje é velha
memoria.
Como as crianças
que brincavam
por aqui.

Hoje não as vejo
mais, foram como 
plumas levadas
pelo vento de outono.
Sem você aqui
tudo é tão vazio
em seu silencio.

Como as ondas
do mar, que me 
lembra as batidas 
do teu coração.
Como as ondas da
praia, você sempre 
volta... Você sempre
está aqui. – Tiago Amaral




sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

Caninos Alados

Na mata havia arbustos tão solitários quanto as estrelas. Minha alma se entregava ao adentrar as solitárias e belas paisagens. Nada rudimentar, mas que completava a minha alma.

E a em busca dos uivos distintos dos grandes e selvagens lobos das florestas. Eu era tão selvagem quanto qualquer um deles. Bem era o que ouvia dos meus instintos ao soar diretamente para minha alma alada. 

“Amo-te como uma constelação em infinita expansão”. Era o que sentia a minha alma em sua selvagem busca por uma solitude mística. A natureza cantava para os meus ouvidos. Esses eram os sonhos de cada criatura em sua liberdade.

Se eu tivesse que morrer então aqui eu morreria em meio a liberdade selvagem de um canto místico. Não tarda agora a alma é livre e na liberdade ela vive. Minha alma se encontrava embriagada no mais puro dos êxtases.

E na natureza livres eram os uivos dos lobos e no silencio a alma o escutavam vindo das estranhas da natureza e era como... musica. Entre solitude e meditação o coração se encontrava cada vez mais livre. Quanta paz em teu silencio místico de antigas montanhas. Altos picos que tocava o azul do céu. Nos vales havia canções místicas em que a alma se preenchia e de amor suspirava entre lagos e lagoas.

Cachoeiras infinitas de uma beleza radiantemente cósmica. E a busca do homem persiste entre caminhos solitários. Que de sabedoria a alma é recompensada na busca pelo divino. E na busca por si mesmo o homem cresce em harmonia espiritual.

Para onde vai antigos guerreiros? Entre templos descansam seus corpos até a próxima alvorada. Então buscava por caninos misteriosos perdidos pelos vales. Seguirei os teus cantos ao uivarem. Seguirei a noite a lua e a sim os acharia a noite. Tão livres quanto a minha a alma nessa solidão distinta. Tão solitários quanto eu perdidamente encantado com toda aquela sinfonia mística vinda da natureza. Um êxtase inexplicável a preencher infinitamente a minha alma.

Estou aqui entre as plêiades de predas em um universo repleto de seres livres. Tão livres quanto as almas dos caninos perdidamente livres nesse lugar magico. A magia dos uivos ecoava novamente passando entre as montanhas. Até descerem infinitamente pelos vales. Nunca sentir tamanha liberdade, era então a alma livre como um grande e dourado falcão.

Não podia no fim dizer um “adeus” para aquele lugar místico. Como um adeus em um navio que parte de um porto seguro. Minha alma continuará nesse lugar. Dançará juntos aos nativos. Encontrará no alto da montanha a sua princesa perdida. Então jurarei a ela todo meu amor, pôs serás os teus olhos a fonte do meu amor. 

Entre as águas encontrava-se os caninos alados, livres como a própria natureza os fez. Alegria tomava-me os olhos e as lagrimas os enchiam como a mare sobre a lua. Finalmente os vi sobre as águas puras e claras vinda da natureza. Caninos dourados sobre os raios do sol. E de pó a cinza voltava-se ao sol dourado e a sim a lua surgia na calada da noite escura.

Os vi livremente eu vi os caninos alados sobre os vales... Sobre o sol e a lua. Sobre as estrelas perdidas... Sobre as tempestades escuras durante as tardes frias. Durantes o pó de cristais das nevascas sobre o sol pela manha clara. Lembrarei eternamente dos caninos alados, dançando como constelações, perdidas em meio ao espaço. Minha alma estará para sempre nesse lugar...  Em meio a eles. – Tiago Amaral





quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

Escrita da Alma

Era loucura escreve
poesia para não
enlouquecer
dentro da solidão
de um quarto.

Em pleno calor
típico do verão que
por paixão escrevia
a alma em sua
solitude em cantos
de sereias imaginarias.

Era loucura escrever
na mais remotas
das ansiedades
agonizantes de
um futuro incerto.

Como um: “Eu te
amo” em um navio
que parte de um
porto sóbrio de
uma manhã fria
e calada, mas não
tão pacata como
a tarde e nem tão fria
quanto a noite.

Eu sabia que a de
ver novamente
os olhos que minha 
alma jamais irá esquecer...
era ela uma doce
menina em um por 
do sol entre girassóis. – Tiago Amaral





terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Estrada Cósmica

A estrada rude
e desgastada.
Caninos brancos
sobre a margens
do rio.

Drama é a alma
de um romance
trágico.
E todo futuro
trazia consigo
os olhos da águia.

E toda sabedoria
trazia nos olhos
o velho xama.
E na escuridão
dos céus as
estrelas brilhavam.

E nas mãos um
coração que 
trazia consigo
a lembrança dos
olhos dela. – Tiago Amaral




segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

Chama

Chama de luz de
minha alma.
O eterno amor
de minhas vidas.
A razão da existência
de minha alma.

És a minha preda
preciosa a divina
flor da beleza
eterna.
Alegria e a tristeza
de minha alma.

Amo-te e a te juro
o meu eterno amor.
Razão eterna da
minha existência.
A flor da mais
sublime claridade.

Te amo e te amarei
até o amanhecer 
da eterna alvorada.
Sou o teu eterno
sol e te esperarei 
eternamente.
Entre as flores eternas
do jardim da eternidade
dos céus. – Tiago Amaral 




sábado, 9 de janeiro de 2021

Noite Cósmica

A paz que ilumina
a alma iluminada.
Na boca do lobo
o uivo canino.
Na matilha cães
solitários.
 
Intensidade
vi na verdade das
estrelas a reluzirem
sobre minha
liberdade.
 
Eu vi a lua de
amor a se perder.
Numa solitária
lembrança
romântica de amor
cósmico.
 
E no cosmo o
amor se completava.
E nos olhos dos
enamorados a olharem
para as estrelas... Ele
florescia. – Tiago Amaral

sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

Você

Eu sonhei tanto 
com o que iria 
dizer.
Andei tanto
tempo só,
sozinho por aí.

Agora já não 
dá mais pra 
esconder que o
que sinto é
por você.

Morri de saudade
daqueles
momentos de
outrora.
Tão só, sozinho,
enquanto esperava.

Pela chegada
magnifica dessa
deusa.
Agora só me vontade
de confessar
que sempre foi
você. – Tiago Amaral





quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

O uivo do lobo

O uivo do lobo
sobre o caminho
solitário do sol.
Banhos os pés
sobre as águas
puras.

E a relva sobre
a superfície
das pedras 
reluzentes.
Ao longe toda
doçura e rudez
de um horizonte.

Como os dentes
de antigas feras.
Entre eras que
se eternizam
entre montanhas
místicas.

Os olhos do 
homem místico.
Na natureza que
o abriga entre
tuas entranhas. – Tiago Amaral






quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

Substância Lunar













Por Tiago Amaral - Versão - revisada

O homem jamais deveria ter retornado à Lua... Simplesmente jamais.

A última vez que um homem pisou lá foi em 1972. Eugene Cernan, comandante da Apollo 17 — a última missão lunar, desde então. Cernan morreu em 16 de março de 2017.

Desde aquela data, o homem nunca mais voltou ao solo lunar. Até que, entre 2030 e 2040, antes do declínio final da humanidade, algo estranho aconteceu.

O telescópio espacial Hubble captou um brilho intenso no solo lunar. Um brilho tão forte que podia ser visto a olho nu da Terra, reluzente como um imenso diamante ou a luz gélida de uma estrela anã branca. Durou cerca de vinte e quatro horas.

Na mesma época, o Hubble notou uma mancha circular e negra no Sol, três a quatro vezes maior que a Terra — uma sombra que parecia se alimentar da energia solar. O fenômeno durou apenas uma hora antes de desaparecer. Curiosamente, esse mesmo evento havia ocorrido em 2012, deixando os cientistas intrigados.

Era hora do homem voltar à Lua, depois de um longo hiato. Uma equipe internacional de astronautas foi selecionada para a missão Apollo 21.

Sete em número — três mulheres e quatro homens: Mia Meg, Anna Thomson, Julia Merely, David Merck, Paul Manson, Chris Ford e Tom Francis.

À distância, o foguete da Apollo 21 cortava a atmosfera terrestre, deslizando rumo ao vazio gelado do espaço sideral.

Na imensidão fria e silenciosa, o destino os esperava — uma aventura entre terror e desespero.

Próximo à Lua, orbitava a estação espacial NEV1R3000 — uma fortaleza tecnológica, construída para estudar o sistema solar, afastada da Terra, porém perto o suficiente para observar os mistérios do cosmos.

Na estação viviam entre dez e vinte pessoas, cada uma com funções específicas. Ali, os astronautas da Apollo 21 se preparavam para o aterrissar lunar.

Devido ao risco de contaminação ou radiação, um robô explorador chamado BUR50 foi enviado à superfície da Lua. Impulsionado por turbinas, ele cruzava o espaço rumo ao solo acinzentado e frio.

O BUR50 encontrou uma estranha substância cristalizada — um enigma que seus instrumentos não conseguiam coletar. Por isso, quatro dos astronautas foram escolhidos para recolher amostras com suas próprias mãos.

— Eu vou — disse Mia, firme, olhando para a Lua pela janela da estação.
              — Tem certeza? — perguntou David.
              — Sim — respondeu ela, sem hesitar.

A nave de transporte, com capacidade para quatro passageiros, saiu da estação em direção à superfície lunar.

O robô BUR50 havia registrado a substância espalhada por quase metade da superfície lunar — a origem daquele brilho incomum que intrigava a Terra e a Nasa.

A nave aterrissou suavemente. Os astronautas pisaram novamente na Lua após tantos anos.

— Olhem isso — disse Julia, maravilhada.

— Meu Deus... — murmurou Tom.

Cristais reluziam por entre as rochas lunares, frios e translúcidos, como gelo petrificado.

— Vamos coletar as amostras — ordenou Tom.

— Certo — respondeu Anna.

Nada parecia vivo, nenhum movimento, nenhum sinal de vida. Cada um recolheu um pouco da substância com cuidado.

— A cristalização é impressionante — comentou Mia, quando, de repente, algo se moveu ao redor da Lua.

Uma coisa, com tentáculos que se agitavam com velocidade assustadora, passou rapidamente e desapareceu, deixando os astronautas apreensivos.

— Vocês viram aquilo? — perguntou Anna, claramente assustada.

— Vi — disse David, ofegante.

— Meu Deus, eu estou sangrando — Mia percebeu pelo reflexo no visor do capacete.

— Gente, acho que vou desmaiar — ela murmurou, enquanto o mundo ao seu redor escurecia.

O medo tinha chegado à superfície da Lua.

Mia desmaiou ali, no solo frio e desolado da Lua.
A tripulação voltou para a estação, levando as amostras para análise. Mas o verdadeiro terror estava apenas começando.

— Temos que voltar, agora! — ordenou Anna, com a voz carregada de urgência.
— Certo, vamos — respondeu Tom, firme.

Na imensidão silenciosa do espaço, a nave de transporte regressava para a estação NEV1R3000.

Lá dentro, a tranquilidade reinava — mas seria uma paz prestes a ser quebrada.

— Eles estão voltando — disse Julia, os olhos fixos no monitor.
— Agora finalmente saberemos o que realmente está acontecendo na Lua — acrescentou Chris.

Assim que chegaram, Mia foi levada às pressas para a enfermaria. Surpreendentemente, seu estado melhorou rapidamente após os primeiros cuidados.

— Mia, você está bem? — perguntou o médico.
— Sim — respondeu ela, ainda abalada, mas consciente.

Ninguém sabia o que estava por vir, mas algo sinistro havia chegado à estação junto com as amostras.

Anna assumiu a análise das substâncias coletadas.

— Vou analisar isso — disse ela, determinada.
— Boa — respondeu Paul, enquanto os outros aguardavam ansiosos.

O que aconteceu a seguir mergulhou toda a equipe no caos.

Durante a análise, Anna percebeu algo aterrador: a substância parecia inquieta, quase viva.

— Meu Deus... — exclamou, assustada.
— O que foi? — perguntou Tom, aflito.
— Está... se movendo. Ganhando vida. Multiplicando-se rapidamente.

Assim que a amostra entrou em contato com o oxigênio da estação, o organismo ganhou vida própria — e rapidamente contaminou Anna. Logo, a infecção se espalhou pela estação, implacável.

— Anna, seu nariz está sangrando — notou David.
— Acho que fui contaminada — respondeu ela, o pânico evidente no olhar.

Os alarmes soaram com estridência, espalhando o pânico.

— Por aqui! — gritou alguém, correndo pelos corredores.

Do lado de fora, a Terra brilhava distante, o Sol iluminava a estação, mas lá dentro reinava o caos.

A estação era uma metrópole flutuante no espaço, com cinemas, lanchonetes e áreas de lazer — agora palco de um pesadelo.

— Eu não quero morrer aqui — murmurou uma tripulante, aterrorizada.

O alarme se transformou em um grito de horror. A estação foi tomada pelo pânico.

Anna, agora visivelmente mutada, sangrava pelos olhos e se dirigiu à janela, encarando os colegas.

— Incinerem esta sala — implorou.

A carnificina começava. Não haveria sobreviventes.

Os primeiros contaminados se transformaram em monstros sedentos por sangue, matando os que restavam.

A mutação grotesca lhes dava garras, dentes caninos afiados e força descomunal.

Tom olhou para Anna, lágrimas nos olhos, o coração apertado.

— Não podemos fazer isso — sussurrou.
— Não temos escolha — respondeu ela, entre gritos e alarme — incinere a sala!

Tom encarou Anna, com amor e dor.

— Eu te amo.
— Eu sei. Eu também te amo.

E a sala foi consumida pelas chamas, levando Anna junto.

Enquanto isso, Mia se recuperava na enfermaria, assustada e confusa.

Explosões e pequenos incêndios espalhavam-se pela estação. O tempo era curto. Era fugir ou morrer.

A contaminação se espalhava rápido demais — o poder de contágio era implacável.

Dos sete astronautas, agora restavam seis — a morte de Anna pesava no ar.

Todos só pensavam em impedir que a infecção chegasse à Terra.

Enquanto isso, na Terra, as autoridades alertavam o mundo, e as pessoas rezavam para que o pesadelo nunca chegasse até elas.

Mas o pior ainda estava por vir.

Mia, tocada pela substância lunar, começava a manifestar habilidades psíquicas.

— Estou me sentindo estranha... diferente — disse ela ao médico.
— Como assim? — perguntou ele.
— Não sei explicar.

De repente, criaturas furiosas avançaram contra a enfermaria.

Mia ergueu um braço e, com um gesto, lançou-os para longe.

Ela se levantou, os olhos brilhando com uma força desconhecida, e encarou a horda de monstros.

Com um simples olhar e um gesto, incinerou-os com o poder do pensamento.

Longe dali, Mia se levantou e avançou contra toda a horda de monstros.
Com apenas um olhar e um movimento da mão, incinerou cada um deles pela força do pensamento.

Os outros, atônitos, não conseguiam compreender o que estavam presenciando. Olharam para as câmeras da sala médica e viram Mia em plena ação — e foi nesse instante que perceberam: algo havia acontecido com ela na lua.

— A salvação agora é a Mia — disse Tom.
— Sim — respondeu Julia, com um fio de esperança na voz.

Mia havia se tornado quase uma entidade. Movia-se com determinação, exterminando as criaturas sem hesitação. Era um ato triste — afinal, cada monstro fora, um dia, uma pessoa —, mas necessário. Ela limpava a estação, varrendo cada ameaça com seu poder descomunal.

Quando terminou, o grupo se aproximou.
— Mia... o que houve com você? — perguntou alguém, com receio da resposta.

— Eu não sei. Não me sinto mais como uma pessoa comum... mas como algo capaz de tudo. Sinto que não posso voltar para a Terra. Preciso buscar respostas... entender o real propósito da nossa existência e os mistérios da vida e do universo... Adeus. — A voz dela carregava uma estranha serenidade.

Sem esperar outra palavra, Mia se teleportou para fora da estação, desaparecendo na vastidão cósmica, rumo aos olhos infinitos do universo e ao abismo imersivo do espaço sideral.


Dessa Vez É O Coração

Dessa vez o meu
coração tenta
me dizer alguma
coisa.
De baixo desse 
céu azul eu te 
vi partir uma vez.

Dessa querida
não mais.
É a primeira vez
que meu coração
me diz que estou
no lugar certo.

É só tentar não
fugir mais de mim.
Você me mostrou
o paraíso, mas sem
você é como
caminhar no inferno.

Menina é tua voz
que lembro todas
as noites.
É o teu rosto que me
mantem acordado.
Acho que estou
apaixonado.

Dessa vez o amor
me encontrou, pôs
eu encontrei você.
Agora eu sei que é
do seu lado a onde
quero para sempre
está. – Tiago Amaral