terça-feira, 14 de julho de 2020

Livre Na Natureza

Existi uma espécie
de prazer nas
costas desertas.
E uma solidão que
nos abraça.

E um belíssimo
céu azul para ser
contemplado.
E um mar tão
livre quanto eu.

Um homem que
abandonou o
mundo.
Para na mais pura
liberdade se
encontrar.

Livre em plena
natureza.
A estrada era minha
única companheira.
Um homem em
contato com sua
masculinidade.
Com o que é de fato
ser homem. – Tiago Amaral



Flor de Luz de Minha Alma

Flor de luz das razões
de minhas vidas.
Chama gêmea de
minha alma.

Amo-te entre as
asas da eternidade.
E a sim eu a de
para sempre te amar.

Nada eu sou sem
você.
Se um dia eu partir...
Eu a de lhe esperar
entre os campos
do infinito.

Herdeira da
beleza das flores
divinas.
Es tu a metade de
minha alma.
O meu feminino,
meu ser passivo...
Minha fêmea. – Tiago Amaral



sábado, 11 de julho de 2020

Manhã de Inverno

Solidão de peixes em
um aquário remoto.
Ele não entendia o
que eles diziam.

A estrada ainda
rugia fria.
Quantas lembranças...
Os teus olhos
pela manhã.
Em um jardim de
outrora que não
florir.

Meu amor em um
raio de sol.
O Sol nunca mais
sorriu.
Era mais uma
manha fria.

Diante do velho
farol.
Em uma solidão
de água de sal.
Meu amor sinto
sua falta. – Tiago Amaral



A Criatura















Por Tiago Amaral - versão editada

Era uma figura estranha — alta, de pele escura, pernas alongadas e dedos finos como raízes retorcidas. Seus braços, desproporcionalmente longos, moviam-se com leveza, como se pertencessem a um mundo em que o movimento obedecesse a outras leis. Imaginei que vinha de um planeta denso de árvores gigantes, onde braços assim fossem uma necessidade e não uma aberração.

Sua face era incomum, quase assustadora — não por feiura, mas pela absoluta ausência de familiaridade. Ainda assim, algo nela transmitia uma doçura inesperada. Por que, afinal, teria me salvado? Eu, um ser miserável, insignificante diante da vastidão cósmica? Apenas mais um homo sapiens, uma espécie falha, violenta e barulhenta, em um universo repleto de consciências superiores.

Era um dia quente. O sol queimava alto, e eu me refugiara na sombra de uma velha mangueira carregada de frutos maduros. Subi em seus galhos grossos buscando brisa e doce. Não esperava, é claro, o que viria a seguir.

A queda foi brusca. Um galho seco, um passo em falso — e então, o chão. O impacto me deixou paralisado. Meus membros, imóveis. Apenas meus olhos se mexiam. E foi ali, imobilizado na poeira, que o vi.

A criatura estava logo abaixo de mim. Alta como um poste, e seus olhos brilhavam com um dourado tênue, como se condensassem a luz do próprio sol. E daquele brilho emanava... calor. Não físico, mas espiritual. Era como ser tocado pela compaixão.

Olhei para cima, para os galhos que haviam me sustentado. O céu permanecia azul, inalterado. O tempo parecia parado. A criatura se aproximou em silêncio, e mesmo naquela situação, eu não sentia medo. Ao contrário: sentia uma paz absurda, quase perturbadora. Não havia ódio ali. Nem julgamento. Apenas... presença.

A criatura estendeu a mão — longa, escura, luminosa. Toquei-a com os olhos, pois mais nada em mim se movia. E então, um milagre sussurrou em meus ossos quebrados. Senti os nervos pulsarem novamente. Os membros, antes inúteis, voltaram à vida. Era como mágica, ou ciência avançada demais para eu compreender.

Atrás dele, no céu, surgiu uma esfera luminosa. Um objeto voador silencioso, dourado por dentro. Pelas janelas pequenas e arredondadas, vi sombras se moverem. Outros como ele.

Eu me levantei. Minhas palavras vacilaram nos lábios. O que se diz a um ser assim? Que tipo de gratidão basta? Ainda assim, murmurei:

— Obrigado.

Ele inclinou a cabeça. Seus olhos, agora oscilando entre dourado e azul, brilharam suavemente. E ele respondeu, em uma língua que tocou mais minha alma do que meus ouvidos:

Shor da chi narratir anunari.

Não entendi. Mas compreendi. Era um adeus. Um voto. Ou talvez... uma promessa.

Ele colocou uma das mãos sobre minha cabeça. Houve luz. Tanta luz que o mundo desapareceu por um instante. Quando voltei a mim, ele caminhava em direção à esfera flutuante.

A nave ergueu-se, silenciosa, até pairar sobre o milharal vizinho. Um feixe de luz desceu do casco e tocou o campo. E então, com a velocidade dos deuses, sumiu no céu.

Ao caminhar até o milharal, encontrei algo que jamais esquecerei: um símbolo, queimado no solo, vasto e incompreensível — como um idioma escrito pelos próprios astros. E naquele instante, soube. O que quer que fosse aquilo, significava:

“Voltaremos.”

Mas não seria uma simples visita.




quarta-feira, 8 de julho de 2020

Deusa

Por amor venero a tua 
rosa. E o aroma que 
dela exala. E que deixa 
pelo ar o teu 
cheiro de mulher.

De todas as flores 
que vi e de todas 
que achei ter amado, 
você foi a mais linda, 
meu amor. 

E a única que amei 
de verdade... Meu amor.
Amo-te a onde somente
o verdadeiro amor
alcança.

Era flores na alvorada
do amanhecer.
Era o dorso nu da
deusa morena.
A rosa mais linda
era os teus lábios...
Meu amor. – Tiago Amaral




sábado, 4 de julho de 2020

Era a Natureza

Sociedade sua 
louca.
Espero que não 
esteja tão só.
Que não esteja tão
solitária ou livre 
quanto eu estou. 

Sem você eu posso
ser um homem melhor.
No caminho que o
sol ilumina.
O Grande Sol como
dizia os nativos.

Vou em direção 
a mim mesmo.
Por mais longe
que eu possa 
chegar.

Pinhos azuis
nas montanhas 
colossais.
A águas cristalinas
que se dobram
com a ventania. 
Era a natureza...
Era a natureza. – Tiago Amaral 


quarta-feira, 1 de julho de 2020

Nosso Amor

Nosso amor não 
havia nada igual.
Amor volta por meu
coração.
Tanto amor, tanta
paixão.

Amor volta por 
meu coração.
Nosso amor não
havia nada igual.
O céu sempre
blue, pôs com você
tudo ficava azul.

Você me fazia 
enlouquecer.
O teu amor tinha
sabor de mel.
Volta meu 
pedaço de céu.

Só tenho a lua pra
me lembrar de você.
É o sentimento mais
fiel, é a paixão,
fazendo queimar 
o coração.

Amor volta por
teu coração.
Pôs o nosso amor
não havia nada igual. – Tiago Amaral