terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Estrada Cósmica

A estrada rude
e desgastada.
Caninos brancos
sobre a margens
do rio.

Drama é a alma
de um romance
trágico.
E todo futuro
trazia consigo
os olhos da águia.

E toda sabedoria
trazia nos olhos
o velho xama.
E na escuridão
dos céus as
estrelas brilhavam.

E nas mãos um
coração que 
trazia consigo
a lembrança dos
olhos dela. – Tiago Amaral




segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

Chama

Chama de luz de
minha alma.
O eterno amor
de minhas vidas.
A razão da existência
de minha alma.

És a minha preda
preciosa a divina
flor da beleza
eterna.
Alegria e a tristeza
de minha alma.

Amo-te e a te juro
o meu eterno amor.
Razão eterna da
minha existência.
A flor da mais
sublime claridade.

Te amo e te amarei
até o amanhecer 
da eterna alvorada.
Sou o teu eterno
sol e te esperarei 
eternamente.
Entre as flores eternas
do jardim da eternidade
dos céus. – Tiago Amaral 




sábado, 9 de janeiro de 2021

Noite Cósmica

A paz que ilumina
a alma iluminada.
Na boca do lobo
o uivo canino.
Na matilha cães
solitários.
 
Intensidade
vi na verdade das
estrelas a reluzirem
sobre minha
liberdade.
 
Eu vi a lua de
amor a se perder.
Numa solitária
lembrança
romântica de amor
cósmico.
 
E no cosmo o
amor se completava.
E nos olhos dos
enamorados a olharem
para as estrelas... Ele
florescia. – Tiago Amaral

sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

Você

Eu sonhei tanto 
com o que iria 
dizer.
Andei tanto
tempo só,
sozinho por aí.

Agora já não 
dá mais pra 
esconder que o
que sinto é
por você.

Morri de saudade
daqueles
momentos de
outrora.
Tão só, sozinho,
enquanto esperava.

Pela chegada
magnifica dessa
deusa.
Agora só me vontade
de confessar
que sempre foi
você. – Tiago Amaral





quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

O uivo do lobo

O uivo do lobo
sobre o caminho
solitário do sol.
Banhos os pés
sobre as águas
puras.

E a relva sobre
a superfície
das pedras 
reluzentes.
Ao longe toda
doçura e rudez
de um horizonte.

Como os dentes
de antigas feras.
Entre eras que
se eternizam
entre montanhas
místicas.

Os olhos do 
homem místico.
Na natureza que
o abriga entre
tuas entranhas. – Tiago Amaral






quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

Substância Lunar













Por Tiago Amaral - Versão - revisada

O homem jamais deveria ter retornado à Lua... Simplesmente jamais.

A última vez que um homem pisou lá foi em 1972. Eugene Cernan, comandante da Apollo 17 — a última missão lunar, desde então. Cernan morreu em 16 de março de 2017.

Desde aquela data, o homem nunca mais voltou ao solo lunar. Até que, entre 2030 e 2040, antes do declínio final da humanidade, algo estranho aconteceu.

O telescópio espacial Hubble captou um brilho intenso no solo lunar. Um brilho tão forte que podia ser visto a olho nu da Terra, reluzente como um imenso diamante ou a luz gélida de uma estrela anã branca. Durou cerca de vinte e quatro horas.

Na mesma época, o Hubble notou uma mancha circular e negra no Sol, três a quatro vezes maior que a Terra — uma sombra que parecia se alimentar da energia solar. O fenômeno durou apenas uma hora antes de desaparecer. Curiosamente, esse mesmo evento havia ocorrido em 2012, deixando os cientistas intrigados.

Era hora do homem voltar à Lua, depois de um longo hiato. Uma equipe internacional de astronautas foi selecionada para a missão Apollo 21.

Sete em número — três mulheres e quatro homens: Mia Meg, Anna Thomson, Julia Merely, David Merck, Paul Manson, Chris Ford e Tom Francis.

À distância, o foguete da Apollo 21 cortava a atmosfera terrestre, deslizando rumo ao vazio gelado do espaço sideral.

Na imensidão fria e silenciosa, o destino os esperava — uma aventura entre terror e desespero.

Próximo à Lua, orbitava a estação espacial NEV1R3000 — uma fortaleza tecnológica, construída para estudar o sistema solar, afastada da Terra, porém perto o suficiente para observar os mistérios do cosmos.

Na estação viviam entre dez e vinte pessoas, cada uma com funções específicas. Ali, os astronautas da Apollo 21 se preparavam para o aterrissar lunar.

Devido ao risco de contaminação ou radiação, um robô explorador chamado BUR50 foi enviado à superfície da Lua. Impulsionado por turbinas, ele cruzava o espaço rumo ao solo acinzentado e frio.

O BUR50 encontrou uma estranha substância cristalizada — um enigma que seus instrumentos não conseguiam coletar. Por isso, quatro dos astronautas foram escolhidos para recolher amostras com suas próprias mãos.

— Eu vou — disse Mia, firme, olhando para a Lua pela janela da estação.
              — Tem certeza? — perguntou David.
              — Sim — respondeu ela, sem hesitar.

A nave de transporte, com capacidade para quatro passageiros, saiu da estação em direção à superfície lunar.

O robô BUR50 havia registrado a substância espalhada por quase metade da superfície lunar — a origem daquele brilho incomum que intrigava a Terra e a Nasa.

A nave aterrissou suavemente. Os astronautas pisaram novamente na Lua após tantos anos.

— Olhem isso — disse Julia, maravilhada.

— Meu Deus... — murmurou Tom.

Cristais reluziam por entre as rochas lunares, frios e translúcidos, como gelo petrificado.

— Vamos coletar as amostras — ordenou Tom.

— Certo — respondeu Anna.

Nada parecia vivo, nenhum movimento, nenhum sinal de vida. Cada um recolheu um pouco da substância com cuidado.

— A cristalização é impressionante — comentou Mia, quando, de repente, algo se moveu ao redor da Lua.

Uma coisa, com tentáculos que se agitavam com velocidade assustadora, passou rapidamente e desapareceu, deixando os astronautas apreensivos.

— Vocês viram aquilo? — perguntou Anna, claramente assustada.

— Vi — disse David, ofegante.

— Meu Deus, eu estou sangrando — Mia percebeu pelo reflexo no visor do capacete.

— Gente, acho que vou desmaiar — ela murmurou, enquanto o mundo ao seu redor escurecia.

O medo tinha chegado à superfície da Lua.

Mia desmaiou ali, no solo frio e desolado da Lua.
A tripulação voltou para a estação, levando as amostras para análise. Mas o verdadeiro terror estava apenas começando.

— Temos que voltar, agora! — ordenou Anna, com a voz carregada de urgência.
— Certo, vamos — respondeu Tom, firme.

Na imensidão silenciosa do espaço, a nave de transporte regressava para a estação NEV1R3000.

Lá dentro, a tranquilidade reinava — mas seria uma paz prestes a ser quebrada.

— Eles estão voltando — disse Julia, os olhos fixos no monitor.
— Agora finalmente saberemos o que realmente está acontecendo na Lua — acrescentou Chris.

Assim que chegaram, Mia foi levada às pressas para a enfermaria. Surpreendentemente, seu estado melhorou rapidamente após os primeiros cuidados.

— Mia, você está bem? — perguntou o médico.
— Sim — respondeu ela, ainda abalada, mas consciente.

Ninguém sabia o que estava por vir, mas algo sinistro havia chegado à estação junto com as amostras.

Anna assumiu a análise das substâncias coletadas.

— Vou analisar isso — disse ela, determinada.
— Boa — respondeu Paul, enquanto os outros aguardavam ansiosos.

O que aconteceu a seguir mergulhou toda a equipe no caos.

Durante a análise, Anna percebeu algo aterrador: a substância parecia inquieta, quase viva.

— Meu Deus... — exclamou, assustada.
— O que foi? — perguntou Tom, aflito.
— Está... se movendo. Ganhando vida. Multiplicando-se rapidamente.

Assim que a amostra entrou em contato com o oxigênio da estação, o organismo ganhou vida própria — e rapidamente contaminou Anna. Logo, a infecção se espalhou pela estação, implacável.

— Anna, seu nariz está sangrando — notou David.
— Acho que fui contaminada — respondeu ela, o pânico evidente no olhar.

Os alarmes soaram com estridência, espalhando o pânico.

— Por aqui! — gritou alguém, correndo pelos corredores.

Do lado de fora, a Terra brilhava distante, o Sol iluminava a estação, mas lá dentro reinava o caos.

A estação era uma metrópole flutuante no espaço, com cinemas, lanchonetes e áreas de lazer — agora palco de um pesadelo.

— Eu não quero morrer aqui — murmurou uma tripulante, aterrorizada.

O alarme se transformou em um grito de horror. A estação foi tomada pelo pânico.

Anna, agora visivelmente mutada, sangrava pelos olhos e se dirigiu à janela, encarando os colegas.

— Incinerem esta sala — implorou.

A carnificina começava. Não haveria sobreviventes.

Os primeiros contaminados se transformaram em monstros sedentos por sangue, matando os que restavam.

A mutação grotesca lhes dava garras, dentes caninos afiados e força descomunal.

Tom olhou para Anna, lágrimas nos olhos, o coração apertado.

— Não podemos fazer isso — sussurrou.
— Não temos escolha — respondeu ela, entre gritos e alarme — incinere a sala!

Tom encarou Anna, com amor e dor.

— Eu te amo.
— Eu sei. Eu também te amo.

E a sala foi consumida pelas chamas, levando Anna junto.

Enquanto isso, Mia se recuperava na enfermaria, assustada e confusa.

Explosões e pequenos incêndios espalhavam-se pela estação. O tempo era curto. Era fugir ou morrer.

A contaminação se espalhava rápido demais — o poder de contágio era implacável.

Dos sete astronautas, agora restavam seis — a morte de Anna pesava no ar.

Todos só pensavam em impedir que a infecção chegasse à Terra.

Enquanto isso, na Terra, as autoridades alertavam o mundo, e as pessoas rezavam para que o pesadelo nunca chegasse até elas.

Mas o pior ainda estava por vir.

Mia, tocada pela substância lunar, começava a manifestar habilidades psíquicas.

— Estou me sentindo estranha... diferente — disse ela ao médico.
— Como assim? — perguntou ele.
— Não sei explicar.

De repente, criaturas furiosas avançaram contra a enfermaria.

Mia ergueu um braço e, com um gesto, lançou-os para longe.

Ela se levantou, os olhos brilhando com uma força desconhecida, e encarou a horda de monstros.

Com um simples olhar e um gesto, incinerou-os com o poder do pensamento.

Longe dali, Mia se levantou e avançou contra toda a horda de monstros.
Com apenas um olhar e um movimento da mão, incinerou cada um deles pela força do pensamento.

Os outros, atônitos, não conseguiam compreender o que estavam presenciando. Olharam para as câmeras da sala médica e viram Mia em plena ação — e foi nesse instante que perceberam: algo havia acontecido com ela na lua.

— A salvação agora é a Mia — disse Tom.
— Sim — respondeu Julia, com um fio de esperança na voz.

Mia havia se tornado quase uma entidade. Movia-se com determinação, exterminando as criaturas sem hesitação. Era um ato triste — afinal, cada monstro fora, um dia, uma pessoa —, mas necessário. Ela limpava a estação, varrendo cada ameaça com seu poder descomunal.

Quando terminou, o grupo se aproximou.
— Mia... o que houve com você? — perguntou alguém, com receio da resposta.

— Eu não sei. Não me sinto mais como uma pessoa comum... mas como algo capaz de tudo. Sinto que não posso voltar para a Terra. Preciso buscar respostas... entender o real propósito da nossa existência e os mistérios da vida e do universo... Adeus. — A voz dela carregava uma estranha serenidade.

Sem esperar outra palavra, Mia se teleportou para fora da estação, desaparecendo na vastidão cósmica, rumo aos olhos infinitos do universo e ao abismo imersivo do espaço sideral.


Dessa Vez É O Coração

Dessa vez o meu
coração tenta
me dizer alguma
coisa.
De baixo desse 
céu azul eu te 
vi partir uma vez.

Dessa querida
não mais.
É a primeira vez
que meu coração
me diz que estou
no lugar certo.

É só tentar não
fugir mais de mim.
Você me mostrou
o paraíso, mas sem
você é como
caminhar no inferno.

Menina é tua voz
que lembro todas
as noites.
É o teu rosto que me
mantem acordado.
Acho que estou
apaixonado.

Dessa vez o amor
me encontrou, pôs
eu encontrei você.
Agora eu sei que é
do seu lado a onde
quero para sempre
está. – Tiago Amaral